ato na câmara

No ato em defesa da Caixa 100% pública, realizado na quarta-feira, dia 25, na Câmara dos Deputados, houve debates e apresentações sobre a situação do banco, além da definição de estratégias contra qualquer tentativa de abertura do capital da empresa.

Na composição da mesa, estiveram a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa/CUT) e diretora de Administração e Finanças da Fenae,Fabiana Matheusa, além de Fernando Neiva e Rita Serrano, representantes dos trabalhadores do Conselho de Administração da Caixa, Donizete Fernandes, coordenador do Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU); Felipe Miranda, técnico da subseção do Dieese na Fenae; e Dionísio Reis, membro da CEE/Caixa – Contraf/CUT e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Os trabalhos tiveram início com uma manifestação de repúdio ao deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Casa, pela demora na definição do local do evento, apesar do pedido ter sido feito com antecedência de mais de um mês pela deputada Érika Kokay (PT/DF), comportamento visto como um “boicote”.

Fabiana Matheus ressaltou, ao abrir as discussões, que o momento é propício para defender o caráter público da Caixa. “Há uma tendência do mercado de querer impor uma visão neoliberal nas políticas do governo federal. Os 101,5 mil empregados, os demais trabalhadores e a sociedade brasileira não vão deixar que vendam um percentual sequer do banco”, declarou.

A representante dos trabalhadores no CA, Maria Rita, apresentou os números sobre a Caixa. Com base nos dados, em 2014, o banco foi o único a aumentar o número de empregos, contratando mais de 4 mil, enquanto os cinco maiores bancos privados fecharam cerca de 8 mil postos de trabalho. “Se houver a abertura de capital, o país perderá um poderoso instrumento de política pública, que tem trazido resultados sociais e econômicos positivos”, afirmou.

Conforme salientou Donizete Fernandes, da FNRU, o banco tem sido uma importante ferramenta na luta por uma política pública de habitação popular. “Defendemos a Caixa porque somos cidadãos brasileiros e lutamos por moradia. Quem tem que administrar os recursos de moradia no Brasil é banco público”, admitiu.

A questão ainda foi debatida por meio do técnico da subseção do Dieese na Fenae, Felipe Miranda, que traçou um panorama sobre a situação da Caixa e seu papel social, dado que a instituição cobre interesses das classes sociais de baixa renda e dos trabalhadores, com destaque ao FGTS, o que torna a empresa completamente diferente das demais instituições financeiras, pois o foco é a obtenção de lucro com o menor custo possível.

Ainda segundo Felipe, a Caixa possui a maior base de clientes do país, com aproximadamente 78,5 milhões e estando presente em 100% dos municípios.

Manifesto
Ao final do evento na Câmara dos Deputados, foi aclamado o manifesto “A Caixa não se vende”. O texto, assinado por Fenae, Contraf, CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas, destaca que “os clientes depositam nessa instituição secular suas esperanças e seus sonhos” e que “só a Caixa 100% pública pode ser uma ferramenta para o Estado brasileiro atuar no mercado financeiro no sentido da diminuição dos juros e do spread bancário”. A Fenacef e a Fenag também vão subscrever o documento.

“Vender o patrimônio do povo brasileiro para fazer superávit primário para pagar juros ao sistema financeiro é um filme que já vimos. Sabemos onde vai dar esse caminho equivocado: demissão, arrocho e, por fim, privatização, como ocorreu com os bancos estaduais no passado, sem que isso representasse uma solução duradoura para o Estado brasileiro”. E finaliza: “A inclusão social, o acesso à moradia, o planejamento urbano, enfim, todos esses valores que conferem dignidade ao povo brasileiro e que são a razão de ser da Caixa, são valores inegociáveis. A Caixa é do povo. A Caixa não se vende”.

Fonte: Fenae Net

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