Se a Caixa reduzir a participação, o custo aumenta para o usuário

A Variação de Custo Médico-Hospitalar (VCMH), também chamada inflação médica, é o índice que mede o custo de serviços de saúde e serve de referência para reajustar os planos em geral.
Na tabela 1, é possível observar que esse índice cresce, a cada ano, muito mais que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), parâmetro de reajuste de salários e aposentadorias.
A análise do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) demonstra que de 2007 a 2016 a variação da inflação médica foi de 265,8%. O INPC, do mesmo período, foi de 86%. A correção acima da inflação, portanto, foi de 96,7%.

Tabela 1

Caixa quer transferir custos – Os custos do Saúde Caixa sofrem, também, o impacto da inflação médica. No entanto, observadas as regras atuais do programa de assistência à saúde, este efeito é distribuído, na proporção do custeio, entre Caixa (70%) e Usuários (30%), o que reduz o impacto para os usuários.
Ao vincular sua contribuição ao percentual da folha de pagamento, a Caixa passa a reajustá-la com base no INPC, portanto, a cada ano essa contribuição representará um valor menor relativamente ao custo do plano, que aumenta de acordo com a variação da VCMH, transferindo obrigatoriamente para os empregados a pagarem a diferença.
Os índices de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos de saúde privados também guardam relação com a inflação médica, embora, obviamente, incluam também as margens de lucro das operadoras (tabela 2).

Tabela 2

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