Da Agência Fenae

O Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae aprovou por unanimidade o manifesto dirigido à direção da Caixa por melhoria das condições de trabalho nas unidades da empresa. Uma das principais reivindicações é a contratação urgente de mais empregados. O documento é fruto de discussões às quais se dedicaram os membros do CDN nos dias 11 e 12 de agosto – leia o manifesto a seguir.

Excelentíssima senhora
Maria Fernanda Ramos Coelho
Presidenta da Caixa Econômica Federal

Manifesto por melhores condições de trabalho nas unidades da Caixa

Reunido em Brasília, de 11 a 13 de agosto de 2009, o Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae, composto pelos presidentes das Associações de Pessoal da Caixa (APCEFs) das 27 unidades da Federação, abordou as questões em pauta nas negociações permanentes, com especial atenção à precarização das condições de trabalho enfrentadas pelos empregados em todo o País.
A carência de pessoal na empresa não é uma condição recente. Para procurar sanar os problemas decorrentes dessa antiga deficiência, foi criada, em 2007, a Campanha Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa para o Brasil. A partir daquele ano, as manifestações pelo aumento do número de empregados concursados foram intensificadas.
A unificação das atividades dos caixas por meio da eliminação do trabalho terceirizado, a despeito de ser uma medida positiva – por buscar cumprir o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) referente à substituição deste tipo de mão de obra por empregados concursados – resultou em novos gargalos, agravando uma situação que já era crítica. A medida deixou ainda mais pesada a carga de trabalho nas unidades, com prováveis reflexos prejudiciais à saúde do trabalhador.
A substituição deu-se, em média, na proporção de três terceirizados por um contratado e, em alguns casos, na absurda proporção de seis por um. A extrapolação da jornada, sem marcação de hora extra, passou a fazer parte da rotina dos bancários – e, mesmo com as horas extras, há relatos de empregados que não deram conta do volume de trabalho, gerando multas por falta de autenticações.
Há, ainda, a preocupante situação em que existe abertura de equipamentos com senha do empregado para operação por parte de estagiário ou de terceirizado. O número de guichês em grande parte das unidades também foi reduzido.
A ampliação do quadro de pessoal efetivo não pode mais ser protelada, tendo em vista que a empresa conta, atualmente, com um número de trabalhadores inferior ao que tinha há seis anos. Nesse período, foram criadas centenas de novas agências e as demandas e atribuições repassadas à Caixa cresceram exponencialmente, sobretudo por conta dos importantes programas sociais do governo, como o Minha Casa, Minha Vida.
A realidade é que a situação nas unidades, pela falta de contratações, é insustentável. Nesse contexto, por deliberação do 25° Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, a campanha Mais Empregados para a Caixa, Mais Caixa para o Brasil foi relançada. 
É necessário que a direção da empresa conscientize-se da gravidade das circunstâncias e não perca mais tempo negando a necessidade de medidas para solucionar os problemas.
Em respeito aos clientes e usuários e em defesa da saúde dos empregados, a Caixa deve adotar, já, uma atitude proativa no trato dos inúmeros problemas que afetam negativamente a dinâmica de trabalho nas unidades, para que sejam revertidos os danos aos bancários e, consequentemente, à instituição.

Brasília, 12 de agosto de 2009.

Francisca de Assis Araújo Silva
Presidente do Conselho Deliberativo da Fenae

Pedro Eugenio Beneduzzi Leite
Diretor-presidente da Fenae

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