Crédito: Jailton Garcia/Contraf-CUT

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A proposta de 6,1% de reajuste salarial – apresentada pela Fenaban na rodada de negociações desta quinta-feira, dia 5 – foi considerada insuficiente pelo Comando Nacional dos Bancários e rejeitada ainda durante a reunião.

Não foi apresentado nada de aumento real de salário nem sobre os pisos. Também não houve melhoria da PLR. Nada sobre emprego nem avanços para a saúde dos trabalhadores. Nada de melhorar as condições de trabalho nem soluções para as metas abusivas e do assédio moral. Nada para melhorar a segurança bancária. E nada para promover a igualdade de oportunidades.

Indagados pelos representantes dos bancários se essa era a última proposta, os negociadores da Fenaban responderam que "é a proposta final, pra fechar acordo", e que não há mais como avançar porque a categoria bancária já tem a melhor Convenção Coletiva do País.

O Comando Nacional aprovou um calendário de luta que aponta para a realização de assembleias na próxima quinta-feira, dia 12, para aprovar greve a partir do dia 19, se até lá os bancos não apresentarem uma nova proposta que contemple as expectativas da categoria.

"A proposta dos bancos é uma provocação, um total desrespeito aos bancários, partindo de um segmento que continua batendo recordes de lucro e de rentabilidade", criticou o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro. "Só uma forte mobilização da categoria fará os bancos melhorarem a proposta", concluiu.

• Calendário de luta

Por isso o Comando Nacional, reunido ao final da reunião com a Fenaban, aprovou o seguinte calendário de luta:

Dia 12 – Assembleias em todo o País para rejeitar a proposta e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.

Dia 17 – Todos a Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.

Dia 18 – Assembleia organizativa para encaminhar a greve.

Dia 19 – Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.

• Proposta da Fenaban

Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)

PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).

Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo medico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS

Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa de programa.

Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.

Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.

• Caixa Econômica Federal

A direção da Caixa não apresentou proposta alguma até o momento. Já foram realizadas quatro rodadas de negociação e não houve avanços.

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