Os empregados da Caixa devem decidir, em assembléias por todo o País no dia 24, quarta-feira, pela aceitação ou não da proposta apresentada pela direção da Caixa na última rodada de negociação.
A proposta apresentada em 17 de novembro, em Brasília, rompe o compromisso assumido com os trabalhadores, no último Acordo Coletivo, em relação à cesta-alimentação.
Na primeira rodada de negociação, em 9 de novembro, a direção da Caixa já havia insistido em não considerar o que tinha sido negociado entre as partes, postura que foi prontamente rejeitada pela Executiva Nacional dos Bancários e pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa).
Confira a proposta formalizada pela direção do banco:
– Renovação das cláusulas do Acordo Coletivo do ano passado.
– Aplicação de 8,5% sobre as verbas de caráter econômico.
– Aumento de R$ 30 sobre os salários até R$ 1.500 (salário-base mais vantagens pessoais).
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos mesmos moldes acordados com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
– Cesta-alimentação: pagamento de R$ 108,50 de setembro a dezembro de 2004, R$ 135,62 de janeiro a abril de 2005 e R$ 162,75 de maio a agosto de 2005. Em setembro do próximo ano, a cesta-alimentação passa a ter o mesmo valor que o dos demais bancários.
– Alteração na redação de Apips para os técnicos bancários, permitindo a conversão em espécie.
– Conversão de até 30 dias da licença-prêmio e Apips.
– Mesmo tratamento dado aos dias da greve às paralisações ocorridas antes do movimento (compensação de 50% e não-reflexo).

• Manifeste-se

A diretoria da APCEF/SP – seguindo orientação da Comissão Executiva dos Empregados – quer saber a opinião dos trabalhadores da Caixa quanto à aceitação ou não da nova proposta apresentada pela direção.
Envie e-mail com sua opinião para sindical@apcefsp.org.br ou ligue (11) 3017-8312.
E, ainda, participe das assembléias. Consulte o Sindicato de sua base, verifique o local e o horário das assembléias marcadas para 24 de novembro, quarta-feira.
“A participação de todos é fundamental” – concluiu a diretora-presidente da Associação, Fabiana Matheus.

• Caixa rompe compromisso referente à cesta-alimentação

Durante todo o processo de negociação, a Caixa mudou, por diversas vezes, sua proposta de pagamento da cesta-alimentação.
No fim de agosto, a Caixa divulgou que “foi surpreendida pela posição manifestada pela representação dos empregados quanto ao auxílio-cesta-alimentação, desistindo do acerto feito no final da campanha 2003-2004…”.
No boletim eletrônico Urgente, de 16 de setembro, a administração afirmou que concederia cesta auxílio-alimentação no valor de R$ 162,75. Também seria paga uma cesta auxílio-alimentação extra.
No dia 12, a Caixa informou que apenas aplicaria o reajuste determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 8,5%.
Em 16 de novembro, a administração distribuiu outro boletim afirmando que iria: “aumentar, gradativamente, o valor do auxílio-cesta-alimentação, alcançando o valor integral proposto pela Fenaban até agosto do próximo ano, em respeito ao acordo de 2003”.
No dia 17, durante a rodada de negociação, a direção alterou sua opinião: “a proposta é pagar R$ 108,50 de setembro a dezembro, R$ 135,62 de janeiro a abril e R$ 162,75 de maio a agosto”.
O acordo firmado no fim da Campanha Salarial de 2003 era de que o benefício seria de R$ 100 até agosto de 2004; em setembro deste ano seria acrescido, ao valor de R$ 100, 50% da diferença em relação ao oferecido pela Fenaban. Em setembro de 2005, o valor seria igualado ao da categoria.

• Aceitar ou não?

A proposta apresentada pela Caixa, em 17 de novembro, contempla algumas das reivindicações dos empregados como o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados nos moldes do acordado com a Fenaban, a conversão da licença-prêmio e Apips e a alteração na redação dos Apips dos técnicos bancários permitindo a conversão. Esses itens já haviam sido apresentados antes da deflagração da greve, no início de setembro.
No entanto, a nova proposta da Caixa rompe com o compromisso firmado durante a Campanha Salarial 2003 referente à cesta-alimentação. Além disso, a Caixa não contempla, nesse acordo, outros itens reivindicados pelos trabalhadores como a reintegração dos demitidos pela RH 008 e as alterações no plano de cargos e salários.
À princípio, há duas opções: aceitar o acordo e manter um calendário permanente de mobilização, na tentativa de arrancar soluções para as pendências, ou rejeitar a proposta, deflagrar uma nova greve e ficar sem acordo por enquanto.
Nas mensagens recebidas pela Associação até o fechamento desta edição conclue-se que não seria adequada a retomada de uma greve nesse momento.
De qualquer forma, são os empregados que devem decidir, em assembléia, se aceitam ou não a proposta da direção da Caixa. Compareça! A participação de todos é fundamental!

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