Fonte: Contraf-CUT, com sindicatos e federações

Os bancários da Caixa Econômica Federal intensificaram a greve nesta quinta-feira, dia 4, e aumentaram o porcentual de locais de trabalho parados para 75%. Sem nenhum avanço neste segundo dia de greve, os trabalhadores devem ampliar o movimento nesta sexta. Confira abaixo como foram as manifestações em todo o Brasil, segundo as informações dos sindicatos e das federações remetidas à Contraf-CUT até 22h.

CENTRO NORTE
Numa atitude antidemocrática e anti-sindical, a Caixa Econômica Federal acionou, na manhã desta quinta-feira a Rotam (Rondas Ostensivas Tático Móvel) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para conter e intimidar a comissão de esclarecimento dos bancários da Matriz I. O secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, Enilson Cardoso da Silva, foi preso. “Como em qualquer movimento de paralisação, estávamos convencendo os demais colegas à adesão da greve, mas o Bope, de uma maneira abrupta, interrompeu o trabalho”, denuncia o secretário-geral do Sindicato.

No Mato Grosso, a greve dos bancários cresceu. Os empregados da Caixa do município de Alta Floresta (780 km de Cuiabá) aderiram à greve. O movimento de paralisação no interior vem crescendo desde terça-feira. Em Cáceres (225 km da capital), a única agência da cidade também parou. Os bancários de Rondonópolis também foram destaques na mobilização. Além da CEF, os funcionários do Basa também estão parados no Estado. Em Cuiabá, a agência com 44 funcionários do Banco da Amazônia paralisou as atividades por duas horas, pelo segundo dia consecutivo.

No Mato Grosso do Sul a greve também cresceu. Na capital, Campo Grande, todas as dez agências da Caixa ficaram fechadas e o Escritório de Negócios não funcionou. No interior, a greve em Dourados envolveu 70% dos empregados do banco. Também não abriram as agências da Caixa de Corumbá, Naviraí, Ponta Porá, Presidente Venceslau e Três Lagoas.

Em Rondônia, onde os funcionários do Banco da Amazônia engrossam o movimento, a gerência do Basa mostrou truculência e acionou a Polícia Militar para coibir a manifestação. Segundo o presidente do Sindicato, Cleiton dos Santos, foi abusiva a atitude da gerência em tentar bloquear a manifestação. Em Porto Velho, a paralisação atingiu as quatro agências da Capital e o atendimento ficou restrito somente aos caixas eletrônicos. A adesão da greve, de acordo com Sindicato dos Bancários, é de 100% em todo o Estado.

NORDESTE
Na Bahia, a greve dos empregados da Caixa Econômica Federal cresce e os bancários decidiram intensificar o movimento nesta sexta-feira. Às 13h, na agência do Boulevard Financeiro, na avenida Tancredo Neves, o Sindicato vai servir feijoada para funcionários e clientes em protesto contra a morosidade no processo de negociação. A feijoada será preparada em panelas de pressão para mostrar que é preciso pressionar para “amolecer” o banco. Além da capital, Salvador, a greve também foi forte em Ilhéus, Irecê, Vitória da Conquista e Feira de Santanta.

Em Pernambuco, a greve dos empregados da Caixa transcorreu sob pressão do banco sobre os gestores e destes sobre os grevistas. Até teleconferência da direção com os gerentes houve, com ameaças à base do corpo de funcionários que está de braços cruzados. Apesar disso, o movimento cresceu, atingindo 66 agências e postos de serviço ou 85% do total de 80 no estado; no primeiro dia pararam 59, o equivalente a 74% das agências. Na capital e região metropolitana, a adesão se manteve em 100% dos pontos de atendimento, como no primeiro dia. Todos os setores administrativos da empresa também pararam, em menor ou maior grau. Em alguns terminais de auto-atendimento pode começar faltar dinheiro já nesta sexta-feira.

A greve da Caixa em Alagoas, que já era de 100% em Maceió e superior a 90% no interior, cresceu ainda mais nesta quinta-feira, com a adesão da agência de Penedo. Agora todas as unidades da empresa estão fechadas no Estado, até que a direção apresente uma proposta condizente com as reivindicações salariais dos empregados.

Na Paraíba, além de João Pessoa, os bancários de Campina Grande intensificaram o movimento. A greve ganhou mais força, apesar das pressões do banco sobre os administradores e grevistas. Em Campina Grande todas as agências da cidade fecharam, com a adesão também dos bancários da vizinha Esperança.

No Rio Grande do Norte, os gerentes de relacionamento também aderiram à greve, com o objetivo de fortalecer o movimento e sensibilizar a empresa para atender às reivindicações dos empregados.

SUDESTE
Em São Paulo, 172 agências pararam na capital e em Osasco e Região, o que representa 70% das 247 existentes, além de 15 centros administrativos. O número de bancários de braços cruzados em São Paulo subiu de 3,5 mil para 4,5 mil. No ABC paulista, a greve se manteve com 100% das agências fechadas e 70% dos bancários parados. Em Campinas a adesão foi total e todas as 21 agências da Caixa nas quinze cidades da região pararam (Paulínia, Hortolândia, Itatiba, Vinhedo, Valinhos, Monte-Mor, Sumaré, Jaguariúna, Indaiatuba, Amparo, Nova Odessa, Socorro, Arthur Nogueira, Cosmópolis e Serra Negra). Os departamentos do banco em Campinas também não abriram.
Na baixada santista, 26 postos de atendimento não funcionaram. Em Catanduva, a adesão aumentou com os bancários da região, que pararam as unidades da Caixa em Pindorama, Monte Alto, Santa Ernestina, Itápolis, Novo Horizonte, Urupês e José Bonifácio. A greve parou 90% das agências. A greve também atingiu os bancários da Caixa de Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Bragança Paulista, Franca, Guaratinguetá, Guarulhos, Jaú, Jundiaí, Limeira, Lins, Marília, Mogi das Cruzes, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, São José dos Campos, São José do rio Preto, Sorocaba, Taubaté, Tupã e Votuporanga.

A paralisação no Rio de Janeiro atingiu 95% das agências da Caixa na capital. Na região de Angra dos Reis a greve atingiu as agências de Seropédica, Itaguaí e Parati. Na Baixada Fluminense, a paralisação atingiu todas as agências da Caixa na base, que permaneceram fechadas o dia todo. Os bancários de Campos também mantiveram fechadas todas as agências da cidade. No prédio onde funciona a superintendência regional do banco, somente o superintendente e dois funcionários de sua confiança entraram para trabalhar. Em Itaperuna, a paralisação atingiu todas as seis agências. Em Macaé, a única agência da base não funcionou durante todo o dia. As 24 agências nos 16 municípios da base do sindicato de Niterói ficaram fechadas durante todo o dia. Em Nova Friburgo, as três agências do centro e duas agências no interior ficaram fechadas. Em Petrópolis, as três unidades da Caixa não funcionaram o dia inteiro.No Sul Fluminense, todas as treze agências da região ficaram fechadas. Em Teresópolis, a única agência não funcionou. Os bancários de Três Rios paralisaram as quatro agências da CEF na cidade.

A greve na Caixa também foi forte em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, 90% das agências e departamentos paralisaram suas atividades. O Sindicato promoveu manifestação com passeata pelas principais ruas do centro da Capital. No interior, os funcionários da Caixa realizaram uma manifestação em frente à principal agência de Juiz de Fora. Pintados e com nariz de palhaço, com apitos, bolas de soprar e faixas, os bancários distribuíram pipoca à população em protesto à falta de posicionamento da Caixa frente às reivindicações da categoria e à pressão que tem sido feita por gerentes da agência para que seus funcionários não entrem em greve. Todas as demais agências em Juiz de Fora não abriram.O atendimento continua normal nos caixas eletrônicos e casos de urgência estão sendo atendidos. Em Patos de Minas e Região a greve também foi total. Em Uberaba, as quatro agências da Caixa na cidade tiveram adesão em massa dos trabalhadores, restando apenas as chefias nas agências. A adesão foi de 90%.

No Espírito Santo, a greve na Caixa Econômica Federal atingiu 43 unidades, entre agências e postos de atendimento bancário. Na Grande Vitória, 100% das agências permaneceram fechadas. A greve atingiu ainda os prédios administrativos do centro da capital e da Enseada do Suá, também em Vitória. A adesão cresceu no interior: 18 agências foram fechadas em Colatina e São Silvano, Linhares, Nova Venécia, São Gabriel da Palha, São Mateus, Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Domingos Martins, Guaçuí, Guarapari, Iúna, Itapemirim, Muqui e Anchieta. A CEF tem no Espírito Santo 56 unidades entre agências e postos de atendimento. Na Grande Vitória são 25 unidades e no interior são 31.

SUL
Os bancários da Caixa de Curitiba realizaram um ato de repúdio contra o banco. Ao meio-dia, saíram em passeata da praça Carlos Gomes, no centro da capital. A paralisação foi de 100% em Curitiba. A adesão também foi grande no interior.

A greve também continuou forte em Santa Catarina. Tanto em Florianópolis como no interior a paralisação foi grande. Em boa parte dos municípios nenhuma agência da Caixa abriu, como em Concórdia, Criciúma e Chapecó. Além da Caixa, os bancários de Santa Catarina também fazem greve no Besc.

No Rio Grande do Sul, os bancários da Caixa ampliaram a greve. A adesão à paralisação ultrapassou 90% entre o quadro de pessoal das 56 agências e demais setores da instituição em Porto Alegre. Apenas a agência do Bourbon Ipiranga e os postos do TRT da 4ª Região, na Capital, e as agências de Guaíba, Sertão Santana e Viamão funcionaram nesta quinta. A greve foi grande também no interior.

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