Da Agência Fenae

O recado foi dado. A greve de advertência de 24 horas, realizada no dia 28 em todo o País, atingiu seu objetivo de paralisar as agências das regiões metropolitanas, de dar visibilidade à mobilização e de demonstrar que os bancários estão dispostos a ir à luta para protestar contra a intransigência dos banqueiros, cuja proposta de acordo coletivo de 4% de reajuste salarial e de abono de R$ 1 mil não repõe sequer a inflação do período.
Os banqueiros também se negam a modificar o atual formato da Participação nos Lucros de Resultados (PLR), que na campanha salarial deste ano prevê 100% do salário mais o valor fixo de R$ 788 e mais 5% do lucro líquido das empresas a ser distribuído linearmente entre os trabalhadores.
O movimento atingiu trabalhadores de bancos públicos e privados de 19 Estados e mais o Distrito Federal, superando as expectativas. O espírito da paralisação foi lembrado pelo presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Vagner Freitas: “Os banqueiros que abram os olhos se não quiserem a greve por tempo indeterminado a partir do dia 6 de outubro, porque os bancários querem e merecem compartilhar um pouco dos polpudos lucros que ajudaram a construir”.
No Rio de Janeiro, a greve prossegue nesta quinta-feira, dia 29 de setembro, conforme decisão aprovada em assembléia.
Em algumas cidades, instituições financeiras – sobretudo privadas – fizeram uso de um velho conhecido dos bancários: o interdito proibitório, a exemplo do que aconteceu na histórica greve de 30 dias do ano passado. O objetivo, como sempre, foi buscar intimidar a categoria bancária, contando para isso com amplo apoio da Polícia Militar em sua execução. Esse instrumento contra o direito de greve foi utilizado em regiões como São Paulo, Pernambuco, Bahia e Distrito Federal. Nas duas últimas (Feira de Santana e Brasília), por exemplo, os banqueiros foram derrotados e a Justiça negou pedido de interdito proibitório, argumentando – no caso da Bahia – que “a greve é, sem dúvida, uma das maneiras mais eficazes de busca de interesses da classe trabalhadora no sistema laboral mundial”. No Distrito Federal, a Justiça entendeu que os bancários agem no exercício legítimo do direito assegurado na Constituição.
Aderiram à greve de 24 horas bancários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e de instituições privadas como ABN/Real, Bradesco, Itaú, HSBC e Unibanco. Não houve adesões ao movimento em Alagoas, Blumenau (SC), Campo Grande (MS), Criciúma (SC), Maranhão e Santa Maria (RS). Paralisações parciais ocorreram em Irecê (BA), Jacobina (BA), Santa Rosa (RS), Santo Ângelo (RS), Divinópolis (MT), Catanduva (SP), Jundiaí (SP), Presidente Prudente (SP), Camaquã (RS), Cruz Alta (RS) e Pelotas (RS).
Confira abaixo a relação de regiões que aderiram à greve de 24 horas convocada pelo Comando Nacional dos Bancários:

1) São Paulo: São Paulo, Osasco, ABC Paulista, Araraquara, Assis, Barretos, Bragança Paulista, Bauru, Guarulhos, Limeira, Mogi das Cruzes, Taubaté, Campinas, Araçatuba, Jaú, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba, Votuporanga, Guaratinguetá, Piracicaba, Santos, Americana e São José dos Campos.
2) Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos de Goytacazes, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Sul Fluminense, Teresópolis, Três Rios, Paraíba do Sul e Miguel Pereira. Na capital, a greve prossegue hoje por decisão da assembléia realizada em 27 de setembro, que aprovou paralisação de 48h.
3) Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Alegrete, Carazinho, Ijuí, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Osório, Rio Grande, São Borja, São Gabriel e São Leopoldo.
4) Paraná: Curitiba e Londrina.
5) Minas Gerais: Belo Horizonte, Governador Valadares, Zona da Mata e Sul de Minas e Juiz de Fora. 6) Pernambuco: Recife, Petrolina, Escada e Gravatá.
7) Bahia: Salvador, Feira de Santana, Itabuna e Vitória da Conquista.
8) Distrito Federal: Brasília e cidades-satélites como Gama, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Planaltina e Candangolândia. A greve contou com a adesão dos funcionários do Banco de Brasília (BRB).
9) Santa Catarina: Florianópolis.
10) Goiás: Goiânia. As paralisações ocorreram só em agências da Caixa Econômica Federal.
11) Mato Grosso: Cuiabá, Várzea Grande e Dourados.
12) Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Ponta Porã e Rio Claro.
13) Espírito Santo: Vitória e Vila Velha.
14) Ceará: Fortaleza, Cariri, Crato e Juazeiro.
14) Paraíba: João Pessoa e Campina Grande.
15) Piauí: Teresina.
16) Pará e Amapá: Belém, Macapá, Tucuruí e Marabá.
17) Rio Grande do Norte: Natal.
18) Sergipe: Aracaju.
19) Rondônia: Porto Velho e Ji-Paraná.
20) Roraima: Boa Vista.

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