A Apcef/SP e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região se reuniram nesta segunda-feira (28) com representantes da Superintendência Regional Digital (SRD) e da Suesp para discutir denúncias de assédio moral. Superintendências afirmam não haver instrução para “feedback de descomissionamento”.

Foram levados relatos de realização de ranking individual dos empregados subordinados SRD, em São Paulo, que é a superintendência das agências digitais. O ranqueamento citado fere acordo coletivo de trabalho e configura assédio moral. O assédio moral em questão ainda era reforçado por informação da Suesp para que os empregados não classificados em determinada posição de vendas recebessem feedback de seus gestores imediatos.

O sistema de feedback da Caixa possui mais de uma aba para inclusão e uma delas, o feedback “apontamento de condutas” (antigo MO21182). significa intenção de descomissionamento, o que representa outro modo gravíssimo de assédio aos empregados, mesmo aos que hoje estão atingindo as metas solicitadas, já que gerou insegurança em todos os níveis de função das agências digitais.

:: Saiba mais sobre o feedback aqui.

Outro ponto discutido foi o home office. Os representantes dos empregados ressaltaram a importância do trabalho a distância sempre que possível, uma vez que a pandemia segue avançando, e nas agências digitais ele é totalmente viável. A lista de ranqueamento ainda continha a informação se o empregado estava ou não presente na agência, o que foi questionado na reunião acerca de uma possível insinuação de que a Caixa preferia que os empregados estivessem nas agências, como já ocorreu em outras áreas.

Quanto ao home office, a Suesp informou que cerca de metade de seus empregados está sim em home office, e que isto não é constante nas agências justamente por não haver um número presencial solicitado, ou qualquer solicitação neste sentido, podendo as agências organizarem livremente o formato entre seus empregados.

Já sobre a lista de ranking individual, a superintendência alegou que, de fato, utiliza para organizar a gestão, mas afirmou ser um equívoco o encaminhamento aos empregados e que não é praxe da gestão. O compromisso é não ocorrer novamente. Sobre o feedback, ambas superintendências declararam não dar qualquer instrução de feedback “apontamento de condutas” mas, sim, fazer uma gestão utilizando as ferramentas de feedback, como o pontual, para registrar informações entre o gestor e o empregado afim de fazer acompanhamento perene e estarem junto a equipe na busca pelos objetivos. Ambas lamentaram que tenha gerado esse entendimento entre os empregados e se comprometeram a desfazê-lo, melhorando a comunicação neste sentido.

A Apcef/SP e o Sindicato entenderam que não há motivação direta para descomissionamento, mas levantaram a preocupação com a solicitação da superintendência uma vez que sendo direcionado feedback pontual a uma parcela determinada dos empregados pode continuar significando que a ferramenta não será usada para gestão, mas, sim, para assédio sistemático. Foi lembrada também toda situação de pandemia e que individualmente cada trabalhador da Caixa tem sido imprescindível para o país e o lucro da Caixa, o que deve ser reconhecido pela gestão.

As superintendências compreenderam os relatos e comprometeram-se a solucionar todos os pontos apresentados com comunicação e tranquilidade, mantendo o diálogo com os empregados e as entidades. A Apcef/SP continuará acompanhando de perto a situação.

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