O livro Fantasmas, do associado da APCEF/SP, empregado da Caixa e escritor, Gledson Sousa foi apresentado ao público na noite de terça-feira, 27, no Espaço Conviver, na sede administrativa da APCEF/SP, na capital paulista.

Fantasmas é um livro com nove contos, histórias envolventes e diferentes temas que se relacionam aos sentimentos e reflexões humanas.

:: O livro encontra-se à venda no site da editora Jaguatirica.

A noite de lançamento, bate-papo e autógrafos teve a participação dos dirigentes da APCEF/SP Ivanilde de Miranda e Amauri Nogueira, de empregados da Caixa, especialmente da Gipes/SP, familiares e amigos do autor.

A diretora da APCEF/SP Ivanilde de Miranda recepcionou o escritor e seus convidados no Espaço Conviver, da APCEF/SP, com uma saudação especial.

“É motivo de imensa alegria que o Espaço Conviver seja utilizado para essa finalidade, com este momento de troca e de expressão da subjetividade”, disse a diretora. “Esperamos que outros associados possam vir apresentar seus trabalhos artísticos, suas intervenções culturais, para conviver neste espaço”, completou.

Gledson iniciou o bate-papo com os convidados, apresentando um texto inédito, de sua autoria, ainda não publicado. Tendo como referências os livros As Escrituras Gnósticas, de Bentley Layton e o Uso dos Corpos, de Giorgio Agamben, o conteúdo faz uma reflexão do poder das autoridades sobre as pessoas e como desconstruí-lo na busca para um caminho mais livre, menos autoritário.

“Fizemos uma grande discussão sobre as fontes, origens e as formas de poder e como podemos lutar para nos libertar deste poder que nos subjuga até ao ponto da alienação”, conta o escritor.

O texto, ainda, traz uma reflexão quanto ao trabalho e a essência do ser: “É uma aporia existencial: eu tenho que trabalhar para sobreviver, mas à medida que trabalho, não vivo, por que o trabalho e as atividades dele decorrentes ou a ele correlatas roubam o tempo que poderia dedicar-me a ser o que sou pela minha constituição original. Ou, à medida que fico preso a mecanismos externos fujo do meu télos, meu destino, destinado ao que não me corresponde, mas a desígnios de outrem”.

Para o escritor, trabalha-se para sobreviver e não para viver, por que o trabalhar significa afastar-se da verdadeira vida.

Sociedade e poder – Outro aspecto debatido foi relacionado à construção de sociedade e a relação de poder. “A analogia com as formas de poder existente, uma característica comum às autoridades, é esconder suas origens reais e insistir em um discurso que reforça seu poder”, diz o texto.

Gledson cita os nazistas como exemplo, “sempre faziam uma leitura de sua própria história tentando remontar a um passado que nunca existiu na Alemanha”. O autor conta que a Alemanha já era um país mestiçado a muito tempo. “Nunca existiu, digamos, essa cultura do branqueamento como Hitler interpretava”, reforçou.

Então a tendência do poder é de sempre esconder suas próprias origens, porque é assim que consegue manter sua dominação. “Se ficar claro que a origem está marcada pela violência, pelo sangue e pela exploração do outro, o outro vai aceitar isso? Provavelmente não. Então é preciso escondê-la”

Sociedade sem hierarquias – Outra tese defendida pelo autor é a de que a dominação, a autoridade e o poder nas estruturas sociais devem ser repensadas.

“Ao estudar sociedades indígenas brasileiras, Pierre Clastres observou que elas criaram mecanismos para que não se acumulassem poder. Existe a liderança, seja do Cacique ou do Pagé, mas essa liderança não acumula o poder político, ele não pode mandar em ninguém, o poder é organizado de uma maneira que ele tem que ser partilhado, as decisões tem que ser coletivas, não se permite acúmulo de nenhuma maneira, porque o acúmulo material vai representar esse domínio sobre o outro”, destaca o associado da APCEF/SP, Gledson Sousa.

Para ele, o que muitos podem pensar é que essas comunidades são atrasadas, mas, na verdade, elas estão muito além da nossa perspectiva política imediata. “Se analisarmos são as sociedades indígenas que estão preservando o mundo”.

Gledson finalizou deixando a reflexão. “Pensar nessas comunidades, serve pra nossa reflexão política e que não pensemos em nova utopia como nova forma de poder, e que o poder não seja baseado em qualquer forma de verticalização e de coerção”.

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