Na ocupação Vila Irmã Dulce, no bairro Angelim, Zona Sul da capital Teresina, 90% da população sobrevive com meio salário-mínimo e 92% não tem acesso à água potável, naquela que é considerada a segunda maior favela fruto de ocupação da América Latina. Foi nesse contexto socioeconômico que nasceu o Projeto Flor de Mandacaru: Semeando Sonhos e Cidadania, criado e implantado em agosto de 2019, com crianças e jovens moradores da vila. 

O projeto, que é voltado para o reforço escolar de escrita, leitura e matemática, ganhou novo impulso com a parceria da Apcef Piauí com a ONG Moradia e Cidadania. Desde agosto do ano passado, os recursos disponibilizados pela Fenae permitiram a contratação de mais monitores e aquisição de insumos para tornar ainda mais atraentes as aulas ministradas pela Fundação Flor do Mandacaru.

 

Solange Cordeiro, que é coordenadora estadual da ONG Moradia e Cidadania destaca que, com 75% da carga horária já concluída já se pode perceber as mudanças significativas no comportamento dos educandos. “Sabemos que um dos grandes desafios da educação básica é o ensino da leitura para os alunos, pois ensinar não é só decifrar códigos, e sim adquirir o hábito de ler, por prazer, para estudar ou para se informar e podemos perceber que eles avançaram muito e se tornaram multiplicadores desse novo conhecimento”, afirma.

 Na opinião dela, a leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdo específicos, aprimora a escrita e o contato com os livros ajuda ainda a formular e organizar uma linha de pensamento. Nas operações lógicas, o uso de metodologias como bingos, contagem de números, aplicação dos números na contagem do tempo e nas compras, complementam a aprendizagem. 

A diretora administrativo-financeira da Apcef Piauí,  Maria da Glória Araújo Silva, parabeniza todos os que estão trabalhando para concretizar o projeto de levar mais conhecimento a crianças em situação de vulnerabilidade: “é bom ver criança feliz, vivendo o prazer de aprender de forma lúdica, porque lugar de criança é na escola”, afirmou. 

Jerry Fiusa, integrante do comitê gestor, destacou o projeto do estado. “Estamos maravilhados com o trabalho que vem sendo desenvolvido pela parceria no Piauí. Temos neste projeto uma referência extremamente positiva de nossa capacidade organizativa para o bem”, avaliou. 

 Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, acredita que esse é o objetivo maior dos 12 projetos selecionados para ações sociais em parceria das Apcefs e da ONG Moradia e Cidadania, “promover mudanças e transformação nas comunidades carentes”. O presidente da ONG, Laurêncio Korbes, elogiou o trabalho realizado no Piauí e chamou a atenção para a força da atuação coletiva e solidária: “só agindo coletivamente conseguir conseguiremos melhorar a vida de todos”, ressaltou. 

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