Os cinco anos de atividades do Movimento Solidário em Belágua (MA) foram marcados por uma roda de conversa on-line na noite desta terça-feira (29). Em pauta, muito a celebrar: desde que foi iniciado, em 2015, o programa social dos empregados Caixa contabiliza 42 projetos voltados para a geração de renda e acesso à direitos em benefício direto de 1800 pessoas no município. Ao todo, 27 comunidades são atendidas.

A administração pública do Maranhão é parceira nesta empreitada. O governador Flávio Dino participou da live e lembrou o início desta caminhada conjunta quando, em 2015, recebeu a proposta do então presidente da Fenae (Federação dos Empregados da Caixa), Jair Pedro Ferreira. “Ele veio com esta proposta de investir nas comunidades mais necessitadas e isso teve uma convergência com nosso plano Mais IDH, que também traz ações sociais de combate à desigualdade”, pontuou Dino.

Com pouco mais de sete mil habitantes, Belágua era marcada por um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Para Jair, que hoje preside o Instituto Fenae Transforma, é gratificante acompanhar as mudanças estruturais no município. “A gente se emociona em ver as pessoas melhorando de vida e de saber que isso é resultado da solidariedade de milhares de empregados da Caixa que contribuem nas nossas campanhas”.

A presidenta da Apcef/MA, Giselle Menezes, salientou algumas das principais conquistas do período. “Estamos muito satisfeitos em dizer que temos resultados significativos no que diz respeito à redução da mortalidade materna e infantil”, expôs. Jair reforçou o valor da ação coletiva e solidária. “A gente está vivendo um período de muita dificuldade. Precisamos cuidar uns dos outros. Ver as conquistas em Belágua é um grande motivador do nosso trabalho”.

Garantir o peixe

A bate-papo virtual foi dividido em três blocos. No segundo, o debate contou com a participação de Clarissa Schmidt, representante da Wiz Soluções, empresa que abraçou a causa de Belágua junto com a Fenae. “Participar do Movimento Solidário foi uma forma que encontramos de atuar num projeto que tem muito a ver com nossos valores e éticos e de responsabilidade com a sociedade. A gente ouve muito as pessoas falando:  não tem que dar o peixe, tem que ensinar a pescar! Mas muitas vezes a pessoa não tem a isca e muito menos a vara de pesca. É preciso garantir os insumos mínimos”, sustentou Clarissa.

Dino referendou este ponto de vista: “Nós temos uma perspectiva fundamental que é a da emancipação das famílias atendidas. O que estamos fazendo não são favores, estamos tratando de garantir direitos historicamente negados por aqueles que naturalizam a desigualdade social e regional que marca a vida brasileira desde sempre”, destacou, acrescentando a relação de troca na ação voluntária. “Quem ajuda também é ajudado.

Eu tenho certeza que cada voluntário que doou ou foi a Belágua também aprendeu e se tornou um ser humano melhor, incorporando saberes e experiências positivas ao seu patrimônio pessoal”.

A diretora de Impacto Social da Fenae, Francisca de Assis Araújo Silva, fez um resgate do histórico do Movimento Solidário, desde sua origem, e reforçou o trabalho desenvolvido também durante a pandemia. “A gente pode muito trabalhando juntos. Esse é um trabalho de responsabilidade social que vai orientando, estimulando e instruindo as pessoas pobres na sua autossustentação, na geração de renda, produção de alimentos, fomentando políticas públicas. Quem tem tudo que precisa, acha que isso é bobagem. Mas onde atuamos isso transforma a realidade”, destacou, lembrando que todas as conquistas são fruto da doação dos empregados Caixa.

Direto dos territórios

No terceiro bloco da live, o bate-papo valorizou a palavra de convidados que doam tempo e dinheiro para fazer o Movimento Solidário acontecer. É o caso de Ricardo Dornas, empregado da Caixa que sempre contribui com o programa e já teve a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido em Belágua pessoalmente. “Estar em Belágua é conhecer um Brasil de verdade, onde as pessoas vivem com o mínimo. Quando entrei em contato com esta realidade, me perguntei o que eu estava fazendo da minha vida, que não sabia que muitas pessoas vivem sem recursos. A gente se sente mobilizado a ajudar “.

A consultora do Movimento Solidário Fátima Carvalho falou sobre o projeto de meliponicultura desenvolvido em comunidades de Belágua. “Nós trabalhamos com a criação de abelhas nativas sem-ferrão para a produção de mel silvestre. Mas é importante ressaltar que esta não é uma atividade voltada apenas para gerar renda, ela também é uma ação de conservação ambiental. A espécie de abelha que nós trabalhamos, a Tiúba, ela está em extinção”, contou Fátima, reforçando esta dimensão de cuidado com a natureza. “A produção de mel começa tímida. Você não cria hoje e acha que amanhã vai ganhar muito dinheiro. Este é um trabalho que precisa ser feito com amor e carinho”. 

Pandemia

A campanha emergencial “Juntos por Belágua”, realizada em abril e maio, arrecadou R$ 116.539,85, ultrapassando com folga a meta inicial de R$ 100 mil para garantir a subsistência da população vulnerável do município maranhense durante o enfrentamento à pandemia.

 Clique aqui para assistir à live quando quiser!

Compartilhe: