Edição: 88
Das 304 convenções ou acordos acompanhados pelo DIEESE no primeiro semestre de 2016, 74 alcançaram ganho real e 112 foram formalizados com reajuste igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). As correções na data-base abaixo da inflação somam 118 casos, ou 38,8% do total. Desemprego em alta é forte argumento dos empregadores em mesa de negociação.

Mudança

De 2008 a 2014, os reajustes superaram o INPC ou, no mínimo, o igualaram. O cenário do primeiro semestre (Tabela 1, nota acima), reflete conjuntura desfavorável que se iniciou em 2015, com ganho real próximo a zero. Em 2016, média real negativa de 0,5%, isto é, perda (gráfico 1, índices à direita).

Ganho real do capital

Os bancos propuseram reajuste salarial de 6,5%, porcentual abaixo do INPC acumulado desde a última data-base dos bancários. A proposta foi rejeitada e, obviamente, não está descartada evolução. Os banqueiros se aproveitam do desemprego elevado, para o que contribuem muito, enxergam os muitos casos em que se impôs reajuste abaixo da inflação, sabem do país em recessão. O país está em crise. Mas o quanto o setor financeiro sofre com a crise? A julgar pela rentabilidade sobre o patrimônio, absolutamente nada. Tanto em 2014 quanto em 2015, ganho real de, no mínimo, 11,5%. Para o Itaú, chegou a 24%!

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