“Os bancários da Caixa, com união, força e determinação, demonstraram disposição para lutar por seus direitos. São esses elementos que garantiram conquistas para toda a categoria. Apesar da pressão, os empregados permaneceram firmes em seus propósitos. Foi um movimento vitorioso, com ganhos para todos os cargos e funções. Parabéns a todos!” – disse o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto, após a assembleia de 21 de outubro na capital, quando os empregados aprovaram a proposta apresentada pela direção da Caixa.
Os bancários decidiram entrar em greve porque as propostas apresentadas pelos banqueiros estavam muito aquém das expectativas dos trabalhadores. Na rodada de negociações de 22 de setembro, dois dias antes do início da paralisação, a direção da Caixa informou que a proposta para as negociações específicas só viria com o desdobramento das conversas com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Depois de 14 dias de greve, a Fenaban propôs 6% de reajuste e um novo modelo de pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o que foi aprovado pelos trabalhadores dos bancos privados. A direção do Banco do Brasil ofereceu, além disso, a contratação de 10 mil novos empregados e a aplicação de 3% na tabela do plano de cargos e salários. A proposta também foi aceita.
Na Caixa, a direção ofereceu apenas uma novidade referente à contratação de empregados: passou dos 2.200 novos trabalhadores, propostos a princípio, para 3 mil. Em relação à proposta da Fenaban, disse que seguiria a regra para a PLR. No entanto, como o resultado do banco deve ser menor que o do ano passado, o valor total a ser distribuído ultrapassaria o teto previsto. Assim, o valor a ser pago a cada empregado receberia um redutor de 23%.
A não aceitação da proposta pelos empregados fez com que a Caixa apresentasse uma nova forma de PLR, com pagamento por grupo de empregados, variando entre R$ 4 mil e R$ 10 mil. Nenhum outro item foi acrescentado.
Em uma assembleia histórica na capital, com mais de 1.500 presentes, os bancários decidiram continuar em greve – situação que se repetiu na maioria das bases de todo o País.
A Caixa resolveu, então, recorrer à Justiça. O dissídio – que solicitava abusividade da greve – foi indeferido pelo Trinbunal Superior do Trabalho (TST) e foi marcada uma audiência de conciliação para 21 de outubro. Às vésperas da audiência, as negociações foram retomadas e a empresa cedeu: acrescentou à sua proposta um abono de R$ 700 e a contratação de 5 mil empregados.
“Ainda temos muito pelo que lutar, mas acreditamos que, no final das contas, os trabalhadores mostraram sua força e saíram fortalecidos” – comemorou o diretor-presidente da APCEF/SP.

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