Na manhã de segunda-feira, 23, a diretoria da APCEF/SP e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região estiveram com a Associação de moradores, comerciantes e população da região de Itaim Paulista em ato público em frente à agência Jardim Camargo Novo em defesa da permanência das atividades da unidade, prevista para serem encerradas em 13 de novembro.

A unidade iniciou suas atividades na região em 2012, desde sua instalação o bairro passou por uma transformação social. O comércio foi favorecido com a permanência e a circulação do dinheiro no local, a população passou a valorizar, ainda mais, o bairro onde trabalha, mora e vive.

Todo este impacto positivo e virtuoso que envolvem moradores, comerciantes, associação de bairro, cooperativas diversas e toda a comunidade dos bairros do entorno, Jardim Camargo Novo, Jardim Camargo Velho, Jardim Virgínia, Monte Taó, Texina, Vila Nova Itaim, Jardim das Oliveiras, Kemel e outros, estão ameaçados com o fechamento da única agência bancária na região.

“Há uma cooperativa de reciclagem com 40 cooperados e todos dependem da conta Caixa fácil. Além disso, os bairros que dependem desta agência comportam aproximadamente 80 mil famílias”, conta o presidente da Associação de moradores, Euclides Mendes, o Kiko.

A Caixa alega que o motivo para o fechamento da unidade é a alta inadimplência, porém não se posiciona quanto ao papel social do banco público com as famílias de baixa renda, com o compromisso com o desenvolvimento do país e sua missão de “atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país, como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro”.

De acordo com o gerente da Superintendência Regional Penha, presente no ato, Dalney Josmar Lindquist, a SR seguirá a determinação da direção da Caixa. “O manifesto da população é extremamente importante, mas seguiremos a decisão da direção da Caixa. Eles não ficarão sem atendimento, há casas lotéricas na região”, afirma. 

O que para a população não é a mesma coisa. “A vinda da agência mudou a dinâmica do bairro”, conta o morador e farmacêutico-bioquímico, Robson Francisco do Nascimento.

A agência Jardim Camargo Novo realiza cerca de 6 mil atendimentos por mês, tem carteira de crédito comercial de pessoa física e jurídica de R$ 10 milhões, o saldo das 12 mil contas poupança está em torno de R$ 17 milhões e são 240 contas jurídicas. E para a Caixa, a agência não é sustentável.

Fechamento – Os empregados da unidade receberam a notícia do fechamento da agência em 6 de outubro, com o compromisso da Caixa de que as funções serão mantidas e eles realocados em unidades mais próximas à residência. Mas, até agora, não há nada confirmado e os empregados ainda não sabem para onde serão encaminhados.

“Essa é a forma com que a direção da Caixa trata seus empregados. Define suas políticas e abandona-os”, reforça o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

Defesa da Caixa – O ato finalizou com um grande abraço coletivo em torno do prédio da agência Jardim Camargo Novo e o coro: “a Caixa não se vende, a Caixa é do povo”

Os moradores do bairro e as entidades que representam os empregados da Caixa realizaram reuniões na quarta-feira, 25 na SR Penha e na Câmara Municipal de São Paulo e, na sexta-feira, 27, na subprefeitura do Itaim Paulista.

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