Durante a Campanha Salarial de 2008, a APCEF/SP utilizou o seguinte mote no período de negociações e de greve dos empregados em seus materiais impressos e na internet: a direção da Caixa não conhece a Caixa.
Estamos em 2010 e a direção da empresa continua sem conhecer ou reconhecer seus empregados, suas necessidades e suas expectativas.
Sem planejamento e, pior, sem transparência alguma, a direção do banco divulgou a notícia da implantação de um processo de reestruturação de diversas áreas da Caixa, que acarretará, entre várias consequências, mudança de lotação, destituição de função, diminuição de salários.
Para a representação dos empregados, a reestruturação – dependendo de como ela é feita – é um ato de gestão que qualquer empresa pode adotar, desde que sejam respeitados os direitos dos trabalhadores e, acima de tudo, as pessoas envolvidas em um processo dessa grandeza. Mas esses “cuidados” não têm sido tomados pela direção da Caixa.
O dia a dia nas áreas afetadas pela rees-truturação tem sido repleto de insegurança, pois não há qualquer tipo de informação concreta de como e quando se dará o processo.
Não são poucos os e-mails e os telefonemas recebidos pela APCEF/SP, por exemplo, pedindo informações e esclarecimentos sobre as mudanças.
Para o diretor-presidente da Associação, Sérgio Takemoto, a explicação para tantos questionamentos e para tantas dúvidas por parte dos empregados é uma só: a incompetência da gestão.
“Como uma empresa, do porte da Caixa, anuncia uma reestruturação que afeta centenas de empregados País afora sem divulgar detalhes de como se dará o processo? É um total desrespeito para com aqueles que constróem, dia após dia, o principal banco brasileiro que executa as políticas públicas e sociais do governo, garantindo benefícios à população e ao Brasil”, indignou-se Sérgio Takemoto.

• Sem explicação
Dentre todas as mudanças previstas, algumas causam indignação por não apresentarem um caráter prático na sua execução.
É o caso da mudança da Giris – que fica na capital – para o interior e das Gipes, que, ao que se sabe, serão reduzidas das atuais 15 – já insuficientes – para apenas 6 em todo o País.
Para o membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), Plínio Pavão, não faz sentido a proposta de mudança, em especial, de áreas como a Giris e a Gipes. “No caso da Giris, por exemplo, por que tirá-la da capital, onde existe a maior concentração de demanda do setor? No caso da Gipes, o problema é ainda mais abrangente, pois envolve a gestão não só das demandas relativas ao Saúde Caixa como, também, as relacionadas à política de pessoal e de saúde do trabalhador”, afirmou Plínio Pavão.

• Falta de compromisso da Caixa
De acordo com Plínio Pavão, desde a Campanha Salarial do ano passado, a representação dos empregados vem pedindo explicações da direção da Caixa acerca da reestruturação, que já era um “boato” forte à época. “Em todas as reuniões ocorridas desde então, temos cobrado transparência no processo por parte da empresa. Não estamos tratando de números e metas tão somente. Os empregados são o principal ponto de toda essa mudança. Contudo, por ironia, são eles os que sequer têm sido considerados desde a divulgação das alterações pelo banco”, disse Plínio Pavão.

• Rodada de negociação acontece nesta semana
Está prevista, para esta semana, no dia 26, sexta-feira, nova rodada de negociação específica com a direção da Caixa.
O item principal de discussão será a reestruturação e suas consequências para os empregados.
“Queremos o detalhamento de como será feito o processo, sem meias palavras e sem rodeios. Os empregados têm o direito de saber sobre o seu futuro profissional na Caixa e, também, o direito de administrar sua vida pessoal com base em fatos concretos e, não, em boatos ou informações imprecisas e vagas”, finalizou Plínio Pavão. 

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