A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico (CNQ-CUT) enviou mensagem de apoio à greve dos bancários. Os químicos ressaltaram que a "luta não é apenas dos bancários/as, é sobretudo um embate de toda a classe trabalhadora brasileira" por trabalho decente.
"Nesta semana, quando se realiza mundialmente uma forte luta contra o trabalho precário e a precarização das relações e condições de trabalho, a luta dos trabalhadores/as bancários/as por trabalho decente, salário digno, segurança, saúde, justiça e dignidade social, se justifica plenamente, uma vez que o setor financeiro estabelece metas abusivas de produção, provocando doenças profissionais, assédio moral e rotatividade de mão de obra", afirma a carta da CNQ-CUT, assinada pela presidenta Lucineide Varjão Soares.

Leia abaixo o texto enviado ao presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Companheiros e companheiras:

A CNQ-CUT (Confederação Nacional do Ramo Químico), em conjunto com os seus sindicatos e federações filiadas, vem a público declarar total apoio à greve nacional dos bancários, e se solidariza aos bancários/as nesta campanha salarial e na luta que já ultrapassa o 20º dia na busca das suas legítimas reivindicações.

Nesta semana, quando se realiza mundialmente uma forte luta contra o trabalho precário e a precarização das relações e condições de trabalho, a luta dos trabalhadores/as bancários/as por trabalho decente, salário digno, segurança, saúde, justiça e dignidade social, se justifica plenamente, uma vez que o setor financeiro estabelece metas abusivas de produção, provocando doenças profissionais, assédio moral e rotatividade de mão de obra.

Estudos recentes apontam que só de janeiro a agosto deste ano os bancos privados fecharam 7 mil postos de trabalho. A Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) – realizada pelo Dieese – revela que os cortes de vagas e a alta rotatividade são ingredientes utilizados de forma premeditada para reduzir custos no setor. Por outro lado, os banqueiros continuam faturando alto, os seis maiores bancos do País lucraram quase R$ 30 bilhões apenas de janeiro a junho deste ano – uma alta de 18,21% em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo que também as tarifas bancárias cresceram 12,5% e ultrapassam os R$ 46 bilhões.

Portanto, os dados econômicos apontados acima, legitimam a reivindicação dos bancários/as, e deixa clara a perversidade dos banqueiros em não apresentar uma proposta salarial condizente com os seus lucros, espoliando os trabalhadores/as para enriquecer cada vez mais e causando prejuízos a população no que se refere a uma prestação de serviços de qualidade.

Entendemos, portanto, que esta luta não é apenas dos bancários/as, é sobretudo um embate de toda a classe trabalhadora brasileira, sendo assim, repudiamos veementemente a intransigência da Fenaban (Federação dos Bancos) e a exploração patronal dos bancos.

Parabéns companheiros/as, pela determinação e luta, contem sempre com o ramo químico da CUT para fazer valer a pauta nacional de reivindicações.

Lucineide Varjão Soares, Presidenta – CNQ-CUT
 

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