O governo avança nos planos para diminuir o tamanho da Caixa. No radar do governo estaria a venda de parte dos negócios de cartões e da seguridade ainda neste ano, além da amortização extraordinária de Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD) e de mudanças no FGTS e no programa Minha Casa Minha Vida.

O jornal Valor Econômico publicou, em recente matéria, que a empresa já estaria escolhendo bancos de investimento para liderar o processo de abertura de capital da área de cartões, que ocorreria logo após o mesmo processo na Caixa Seguridade, ainda neste ano.

O presidente da Caixa tem dito que busca investidores dentro e fora do país e pretende ofertar as ações também na Bolsa de Valores de Nova Iorque. As duas áreas, além de contribuírem de maneira expressiva para o resultado da Caixa, possuem o potencial de negócios representado pelos mais de 90 milhões de clientes PF e PJ do banco público.

Tão preocupante quanto as vendas de ativos, a redução do IHCDs aponta para uma diminuição ainda maior das carteiras de crédito da Caixa. O mesmo jornal Valor afirma que o governo espera receber metade dos R$ 40 bilhões que hoje a Caixa possui, às custas inclusive da redução de seu índice de Basileia.

O aumento deste índice foi usado, na gestão anterior, para justificar a diminuição das concessões (que acabou reduzindo carteiras e funções Pessoa Jurídica) e sua possível redução, apontada pelo Valor Econômico, terá uma diminuição ainda maior do crédito como consequência, para que a Caixa Econômica não se desenquadre.

Por fim, as mudanças no Minha Casa Minha Vida e no FGTS podem colocar em xeque segmentos que significam caminhos possíveis para a manutenção do vigor do banco público.

O modelo discutido pelo governo prevê que o financiamento seria trocado pelo “leasing”, tirando a propriedade do mutuário e passando para a incorporadora. Como ficaria a receita de intermediação financeira da Caixa?

O FGTS, por sua vez, se afasta de suas funções originais, com os riscos de descapitalização causados por mais uma onda de liberações. A própria eficiência da gestão do Fundo pela Caixa é questionada publicamente sem que a direção da empresa se defenda dos ataques.

Com a diminuição de áreas essenciais da Caixa Econômica Federal, a consequência é o estrangulamento do banco público, com claro prejuízo para toda a população brasileira.

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