terceira rodada

 

A terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) teve início ontem, 26 de agosto, segunda-feira e terá prosseguimento hoje.
A reunião começou com um protesto que relembrou a morte de um bancário e um vigilante em Angra dos Reis e também o caso de um bancário agredido em Campo Grande. Os trabalhadores pediram mais segurança nas agências e postos de atendimento, porém, os bancos não quiseram se pronunciar a respeito de assuntos referentes as mesas anteriores que discutiram além de segurança, saúde, condições de trabalho, emprego e igualdade de oportunidades.

O tema da terceira rodada é remuneração e, na mesa de ontem, os bancos não apresentaram nenhuma proposta para reivindicações como aumento real de salário, valorização do piso, Plano de Cargos e Salários (PCS), entre outros.

O Comando Nacional fez uma breve análise de conjuntura do sistema financeiro, apresentou dados sobre os lucros crescentes dos bancos, a evolução do emprego e dos salários e a concentração de renda no setor, superando todos os outros setores da sociedade. A apresentação foi uma forma de mostrar aos banqueiros que é possível atender às reivindicações dos empregados, porém, a Fenaban contestou os números.

Foi apresentado também um estudo do Dieese realizado a partir dos balanços dos bancos que mostra a diminuição de 5% de bancários por agência (de 24,15 para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013. No mesmo período, o lucro líquido por bancário aumentou 19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).

Para a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, os bancários são os principais responsáveis pelo lucro do setor e os números mostram que esse resultado gerado por empregado vem crescendo. "Os trabalhadores querem sua parte e querem respeito”, afirma a dirigente, que é uma das coordenadoras do Comando.

Veja quais as principais reivindicações dos bancários referentes à remuneração

Aumento Real – Os trabalhadores pedem reajuste de 11,93%, com aumento real de 5%. Os bancos sinalizaram que “será difícil” fazer o mesmo que nos anos anteriores.

Piso – Os representantes patronais se recusaram a debater a valorização do piso salarial, que para os bancários é prioridade. Afirmaram que pretendem dar o mesmo reajuste que for para os salários, mas ficaram de levar a reivindicação aos bancos.

PCS – Interferência insuportável na gestão: é assim que a Fenaban classifica a reivindicação de plano de cargos e salários para todos. Afirmam que todos os bancários sabem o que fazer para preencher uma eventual vaga à disposição.

13º – Sobre a reivindicação de adiantamento do 13º para os trabalhadores afastados, a Fenaban ficou de analisar, assim como a possibilidade de fazer a antecipação também para quem tem férias em janeiro.

Substituto – A Fenaban disse "não" ao pagamento do salário de substituto e afirmou que isso acontece por “curtíssimo tempo” e é “justo” o desvio de função para que possam checar se o bancário tem condição de substituir o cargo.

Vale-Cultura – O Vale-Cultura é um benefício que será destinado prioritariamente a todos os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos no valor de R$ 50. As empresas inscritas no programa receberiam incentivo fiscal do governo. O Comando quer estender o direito aos bancários, e a Fenaban afirma que vai levar aos bancos, mas condiciona discutir o valor somente após regulamentada a lei (o que deve acontecer em setembro).

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