A diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus, enviou nesta quinta-feira, 6 de abril, carta ao juiz Federal em Recife, doutor em Direito Público e professor-adjunto da Universidade Católica de Pernambuco, Roberto Wanderley Nogueira. Ele publicou um artigo na revista Consultor Jurídico, no último dia 3, intitulado “O Estado precisa privatizar a Caixa Econômica Federal”.
Em seu texto, Roberto Wanderley defendeu abertamente a privatização e atacou todos os empregados, assim como outras figuras importantes têm feito com o intuito de manchar a imagem do banco perante o público. Veja o conteúdo da carta de Fabiana Matheus:

“Em resposta ao seu artigo ‘O Estado precisa privatizar a Caixa Econômica Federal’, de 3 de abril de 2006, gostaríamos de esclarecer alguns itens.
Todos sabemos que a Caixa Econômica Federal, assim como seus trabalhadores, têm sofrido constantes ataques dos meios de comunicação nos últimos meses. Essa é a política adotada por um grupo que, há tempos, deseja a privatização do banco e, quando esteve no poder, fez o possível para privatizar a empresa.
Nos últimos três anos, após a saída deste tal grupo, a Caixa conseguiu reerguer-se e retomar sua missão histórica. Sua política de habitação, de acesso ao crédito e ao serviço bancário da população carente, de pagamento do FGTS e PIS e de tantos outros benefícios para a população não pode ser deixada de lado. O fato de a empresa ter colocado-se à frente da estruturação do cadastro do programa Bolsa-Família e de ser repassadora de recursos – considerado um dos maiores e mais eficientes programas de transferência de renda do mundo – também não pode ser esquecido.
Repudiamos, sim, a atitude do ex-presidente do banco, Jorge Mattoso, no caso da quebra do sigilo bancário. Mas este fato isolado não pode comprometer a imagem de mais de 60 mil funcionários, pais de família éticos, que dependem do trabalho para sobreviver.
Em um trecho do artigo, o senhor cita que “é melhor que se desconstitua a Caixa Econômica Federal como agência pública de fomento para conferir-lhe a natureza privada com a qual poderá concorrer em igualdade de condições no mercado financeiro”. Ora, e como ficariam o atendimento da população carente, as políticas de saneamento e habitação, o pagamento do FGTS, do PIS e de outros benefícios às pessoas de baixa renda? Será que algum outro banco teria interesse em atender a população que pouco ou nada tem para investir? Será que algum outro banco instalaria uma agência em uma pequena cidade só para pagar benefícios a trabalhadores do campo?
O Brasil precisa da Caixa. E, por isso, erguemos nossa voz em defesa do que consideramos ser o papel reservado ao banco: servir ao povo brasileiro. E esperamos que a população não se deixe levar por uma disputa político-partidária. Será mesmo que aqueles que defendem a privatização tem interesse em melhorar o banco para a população, os verdadeiros donos deste patrimônio?
Na minha opinião, e na da maioria do povo brasileiro, seria de mais serventia se todos nós lutássemos para melhorar as condições de atendimento aos clientes e as políticas em prol das populações de baixa renda.

Fabiana Matheus
Diretora-presidente da Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal de São Paulo (APCEF/SP)”

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