Os resultados apresentados pela Caixa no primeiro trimestre de 2025 foram expressivos. O lucro contábil consolidado do banco no período foi de R$ 5,758 bilhões, o que representa um crescimento de 27,5% em relação aos R$ 4,515 bilhões do quarto trimestre de 2024. Parte desse resultado se deve a eventos extraordinários, como a venda de ativos (com o follow-on da Caixa Seguridade) e os ganhos obtidos com a retirada de direitos do REG/Replan Saldado. Mas, sem dúvida, grande parte do desempenho está relacionado ao esforço dos empregados.

Essa realidade se reflete no aumento dos afastamentos de trabalhadores da Caixa nos últimos anos. A maioria desses afastamentos está ligada a doenças mentais e comportamentais. Em 2024, o número de licenças concedidas pelo INSS por esse motivo chegou a 2.417, um aumento de 32% em comparação aos 1.827 afastamentos registrados em 2023. Na comparação com os 1.091 afastamentos de 2021, ano do IPO da Caixa Seguridade, o crescimento chega a 121%, evidenciando o quanto a saúde dos empregados tem se deteriorado, especialmente por causas relacionadas ao CID F (doenças mentais e comportamentais). Esses afastamentos representaram 75% das licenças por acidente de trabalho e cerca de 57% das licenças por tratamento de saúde no último ano.

“A busca por resultados não pode ocorrer a qualquer custo, e os dados comprovam que o lucro da Caixa tem crescido às custas da saúde dos empregados, da retirada de direitos relacionados ao chamado benefício pós-emprego, como a Funcef, e da venda de ativos, como ocorreu no follow-on da Caixa Seguridade. O aumento dos afastamentos por doenças mentais e comportamentais mostra que a gestão humanizada ainda é apenas um discurso, já que, na prática, o adoecimento está aumentando. A direção da empresa precisa assumir suas responsabilidades e discutir mudanças que garantam um ambiente de trabalho saudável, para que os empregados deixem de pagar com a saúde pelo aumento dos resultados do banco”, avalia o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

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