A história das loterias e da CAIXA se confundem. Apesar do banco só ter assumido o comando das loterias em 1961, a operação tem forte ligação com a criação da instituição financeira. Para entrar em funcionamento, em 1861, a Caixa Econômica Federal precisava de capital e os recursos foram provenientes da taxa de 1% de imposto cobrado sobre 77 loterias que existiam na época, concessões do governo para entidades religiosas.

O primeiro concurso das Loterias da Caixa foi sorteado em 15 de setembro de 1962. A extração nº 1 da Loteria Federal sorteou os milhares 5.349, 38.031, 26.492, 25.151 e 1.416, e pagou como prêmio principal Cr$ 15 milhões para um apostador do Estado da Guanabara.

De lá para cá as loterias ganharam notoriedade e confiança, mexendo com o sonho do enriquecimento individual ou melhorando a vida da população através dos investimentos sociais. Aproximadamente 40% da arrecadação é destinado a fundos de cultura, segurança, esporte, educação e programas como o FIES. É mais um exemplo de gestão pública de sucesso, gerenciado pela Caixa.

O golpe e a consequência nas Loterias

Desde 2016 houveram várias iniciativas para entregar a gestão para o setor privado. Começou com o leilão da Lotex, a Loteria Instantânea que controlava a Raspadinha, em 2019, e que tirou da Caixa a prerrogativa de administrar a operação. O consórcio ganhador do leilão, desistiu do negócio anos depois, e até o momento o governo não tomou nenhuma medida para solucionar a questão.

No último 31 de agosto, o Congresso Nacional aprovou, por maioria, a criação de duas novas loterias, chamadas de “da Saúde” e “do Turismo”. O objetivo é entregar para a iniciativa privada mais essas operações, criando concorrência com as loterias federais, administradas pela CAIXA e, desta forma inviabilizar os investimentos socais realizados hoje com recursos das apostas. “É preciso ter em mente que o único objetivo da iniciativa privada é ampliar seus lucros. As loterias são uma fonte importante de recursos para investimentos sociais, para geração de emprego e renda, mas isso só é possível porque tem gerenciamento público, da Caixa Federal” defende Rita Serrano.

Rita acredita ainda que as ameaças só irão cessar se o Brasil eleger um governo com projeto de desenvolvimento para o país. “É preciso defender nossa soberania, não entregar nossas riquezas e nossa história para empresas multinacionais”, finaliza.

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