Os protestos dos empregados da Caixa em todo o País, contra a atitude desrespeitosa da direção do banco em abrir agências neste sábado, dia 12 de maio, começam a surtir o efeito desejado. Dois sindicatos de bancários – o do Ceará e o do Espírito Santo – conquistaram liminares na Justiça impedindo a Caixa de adotar a medida nos dois estados neste sábado (12).

No entendimento da Justiça cearense e na capixaba, não há justificativa plausível para a abertura de agências em fins de semana, dado que não se trata de serviço inadiável. Os juízes de trabalho dos dois Estados consideraram que nada impede o acesso dos clientes da Caixa aos programas de crédito nos dias habituais, nesse caso, de segunda a sexta-feira.

Para conceder a liminar, a Justiça do Ceará e a do Espírito Santo tomaram por base o artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e os termos da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria bancária, que estabelecem jornada de seis horas diárias, excluindo o sábado. Será aplicada multa em caso de descumprimento da decisão judicial por parte da Caixa, que fica obrigada a pagar R$ 1 mil, no caso capixaba, por exemplo, para cada um dos trabalhadores em atividade. Ainda cabe recurso por parte do banco.

As liminares foram impetradas pelas entidades sindicais depois de o banco ter anunciado unilateralmente a abertura de 500 agências em todo o país, para atendimento ao programa "Caixa Melhor Crédito".

Neste sábado, seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf/CUT, os sindicatos irão realizar manifestações nas portas das unidades que forem abertas, em resposta à medida ilegal e absurda da direção da Caixa. O movimento sindical bancário é contrário à abertura das agências. Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco, lembra que a jornada legal dos trabalhadores é de seis horas, de segunda a sexta-feira, acrescentando não ser possível aceitar mais essa agressão ao direito ao descanso dos trabalhadores.

A medida, segundo ele, é mais uma prova da carência de pessoal em todo o país. "O que a Caixa precisar fazer, isto sim, é agilizar as contratações e não punir ainda mais quem já se encontra sobrecarregado, exercendo, muitas vezes, jornada diária de até 12 horas", complementa Jair Ferreira, que também é diretor vice-presidente da Fenae.

Fonte: Fenae

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