A categoria bancária comemora em 2016  cinco anos de uma importante conquista: o instrumento de combate ao assédio moral. A assinatura do acordo, que estabelece mecanismos para encaminhamento e apuração de denúncias relacionadas às práticas de assédio moral nos ambientes de trabalho, aconteceu em 26 de janeiro de 2011, após forte mobilização dos bancários na Campanha Nacional de 2010.

Hoje, o instrumento de prevenção e combate ao assédio moral está disposto na cláusula 56ª da Convenção e é uma política permanente da Contraf-CUT, federações e sindicatos filiados. Os bancários foram os primeiros trabalhadores a incluir em convenção coletiva de trabalho esse mecanismo.

O instrumento tem como princípio a valorização de todos os empregados, promovendo o respeito à diversidade, à cooperação e ao trabalho em equipe. Também objetiva a conscientização dos empregados sobre a necessidade de construção de um ambiente de trabalho saudável, a promoção de valores éticos, morais e legais, e o comprometimento dos bancos para que o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho.

Segundo Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, os números expressivos que transitaram pelo programa revelam a importância do canal de denúncias dos sindicatos e a participação ativa dos trabalhadores no processo. “Sem a formalização da denúncia pelos bancários e bancárias o instrumento perde a sua razão de existir, pois sabemos que o assédio moral acaba disseminando o medo generalizado no ambiente de trabalho, dificultando até a própria denúncia”, ressalta.

Denúncias

Um balanço preliminar do acordo revela que de 2011 a 2014 mais de 1860 denúncias passaram pelo instrumento de prevenção e combate ao assédio moral, considerando que o Banco do Brasil aderiu somente em 2013. Atualmente, são 10 bancos que fazem parte do acordo, incluindo no programa de prevenção 90% dos trabalhadores que compõem o sistema financeiro nacional. São eles: Banco do Brasil, BICBANCO, Bradesco, Caixa Federal, Citi, HSBC, Itaú-Unibanco, Safra Santander e Banco Votorantim. 

O acordo também garante que a representação dos trabalhadores e de empregadores a cada seis meses façam a avaliação do instrumento visando o aprimoramento, correção de distorções e publicidade das informações, como o número de denúncias recepcionadas, qual a solução adotada pelo banco para melhorar o ambiente de trabalho, entre outros.

“O acordo de combate e prevenção ao assédio moral deve ser utilizado cada vez mais pelos trabalhadores, como forma de frear os abusos cometidos pela gestão dos bancos e de garantir um ambiente de trabalho saudável, livre de acidentes e adoecimentos. O melhor e mais seguro canal para enviar as denúncias são os canais dos sindicatos que são os legítimos representantes e defensores dos trabalhadores” afirma Walcir.

Fonte: Fenae Net
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