Em reunião da mesa permanente ocorrida dia 28, a direção da Caixa, sob o comando de Carlos Vieira, apostou novamente na intransigência, e não apresentou qualquer avanço nos debates sobre o retorno da nomeação efetiva para caixas e tesoureiros. Além disso, os representantes da empresa informaram que consideram as discussões sobre o tema encerradas.

Após protestos do movimento sindical, a Caixa recuou das propostas que alteravam as condições atuais desses trabalhadores e assumiu o compromisso de manter os direitos em vigor. O banco ainda assumiu o compromisso de não aplicar unilateralmente qualquer mudança na carreira destes empregados.

Propostas rejeitadas e manutenção dos direitos
Entre os principais pontos rechaçados pelos trabalhadores estavam a tentativa de impedir o acúmulo da verba de quebra de caixa com a gratificação de função, mudanças nas designações de tesoureiros com redução de jornada e salário, e a ausência de garantias de nomeação para quem já atua como caixa ou tesoureiro sem formalização.

A Caixa também manteve a intenção de contestar na Justiça o pagamento da quebra de caixa acumulada com gratificação, apesar da jurisprudência consolidada a favor dos trabalhadores.

A Apcef/SP possui ações judiciais em andamento que tratam de quebra de caixa, para caixas, tesoureiros e avaliadores, e do reconhecimento da jornada de 6 horas para os tesoureiros.

Saúde Caixa e outras pendências seguem em debate
Durante a reunião, os representantes dos empregados criticaram a manutenção do teto de 6,5% da folha de pagamento no novo estatuto aprovado pela gestão de Carlos Vieira. O limitador, incluído no estatuto do banco por Gilberto Occhi em 2017, causa desequilíbrio financeiro no Saúde Caixa, que a gestão Carlos Vieira pretende que seja custeado integralmente pelos empregados, por meio de mensalidades cobradas conforme a faixa etária, conforme demonstram os relatórios produzidos pela administração do presidente Carlos Vieira. Estes relatórios preveem, ainda, a cobrança de mensalidades de forma totalmente individualizada e por faixa etária, o que expulsará do plano os empregados com idades maiores, especialmente os aposentados.

Outros temas discutidos incluíram a suspensão das demissões de cerca de três mil telefonistas terceirizadas, ainda sem definição final, e o programa Teia, com a garantia de que não haverá perdas salariais ou retaliações para quem retornar às suas unidades de origem.

A representação dos trabalhadores cobrou a continuidade das negociações, e o banco se comprometeu a apresentar um novo cronograma de reuniões. Apesar do encerramento específico sobre caixas e tesoureiros, a mobilização segue por avanços estruturais, especialmente no custeio do plano de saúde e na valorização das funções operacionais.

“É lamentável que a direção do banco não traga propostas para resolver para problemas que ela própria causou, como a precarização do trabalho de tesoureiros, caixas e avaliadores, e também pretenda impor mudanças no custeio do plano que expulsam os empregados com maiores idades. É importante termos clareza que toda esta situação é resultado de decisões da gestão Carlos Vieira, e que, especialmente no caso do Saúde Caixa, saibamos que a nossa unidade será fundamental na luta contra a aplicação de qualquer reajuste nas mensalidades do plano”, avalia o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

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