Entre elas, o aumento do teto de participação do Saúde Caixa e o desconto de dia de greve

O início do ano tem sido recheado de circulares distribuídas pela direção da Caixa. Embora com teores diferentes, a dinâmica adotada pela empresa tem sido a mesma: ignorar itens discutidos em mesa de negociação com a representação dos empregados, impondo medidas arbitrárias e prejudiciais aos trabalhadores.
Exemplos dessa política que vem sendo adotada pelo banco são o aumento do teto de participação no Saúde Caixa – que passou de R$ 1.780 para R$ 2.400 – e, mais recentemente, o desconto do dia 10 de outubro de 2007, quando empregados de várias cidades – entre elas Aracaju (em Sergipe), Belo Horizonte (em Minas Gerais) e Salvador (na Bahia) – realizaram seu último dia de greve na Campanha Salarial.
Nos dois casos, a direção da Caixa passou por cima do que foi acordado em mesa de negociação permanente e adotou medidas unilaterais. “E pior, nas duas situações, a empresa foi leviana ao afirmar que as decisões tinham sido tomadas depois de discussões com as entidades representativas dos trabalhadores” – indignou-se a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.

• Saúde Caixa

Em 8 de janeiro, um dia após a divulgação da circular pelo banco, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) publicou nota reivindicando a suspensão do aumento do teto de participação no Saúde Caixa.
As diretorias da Fenae e da APCEF/SP endossaram a manifestação da Contraf-CUT, lembrando que a eleição para a escolha dos membros do Conselho de Usuários acabou de ser concluída e que a atitude da Caixa macula o processo negocial com os legítimos representantes dos empregados.
“Recebemos a notícia com extrema surpresa, já que os reajustes vinham sendo negociados com a representação dos empregados e os valores ainda não estavam definidos entre as partes” – lembrou Fabiana Matheus.

• Desconto do dia de greve

A medida tomada pela direção da Caixa – de desconto do dia 10 de outubro – causou indignação não só nos trabalhadores de Aracaju, Belo Horizonte e Salvador como também nos empregados e nas entidades representativas de todo o País.
Circular interna emitida pela empresa informou que o desconto será efetuado na folha de pagamento de fevereiro. No documento, a direção da Caixa afirmou que a medida havia sido tomada com conhecimento das entidades representativas dos empregados.
“Tal afirmação é leviana. Tanto a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro quanto os sindicatos de bancários das regiões afetadas pela medida enviaram ofícios para a presidência e para a Superintendência Nacional de Negociação da Caixa, nos quais o movimento dos empregados reivindicava que o dia 10 de outubro não fosse descontado e, sim, abonado ou compensado” – esclareceu nota divulgada pela Contraf-CUT.

• Desrespeito ao Acordo Coletivo

Embora a maioria dos sindicatos tivesse encerrado a greve um dia antes – em 9 de outubro -, empregados de cidades como Aracaju, Belo Horizonte e Salvador continuaram com o movimento no dia 10 daquele mês. Para o fim da paralisação, o compromisso firmado pela Caixa, em Acordo Coletivo, era o de não-desconto dos dias parados.
“Lamentamos o fato de a direção da Caixa utilizar-se de artifícios de linguagem para tentar imputar ao movimento sindical e associativo co-responsabilidade por seus atos arbitrários” – disse Fabiana Matheus. “Manifestamos nosso repúdio pela atitude do banco. As entidades representativas dos empregados estão lutando para a reversão das duas situações” – finalizou.
Até o momento, a direção da Caixa não se manifestou quanto a possíveis datas para discussão dos dois assuntos.

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