Aconteceu na segunda-feira, dia 27 de outubro, uma conferência na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na capital. O encontro entre a Diretoria Executiva da Confederação e representantes de diversas entidades sindicais, contou com a presença do assessor jurídico, Marcos Diegues, e da socióloga Lisa Gunn, ambos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) para discutir apoio à campanha de defesa aos poupadores lesados em janeiro de 1989 pelo Plano Verão.
O ato “Contra o calote do Plano Verão” acontece na quarta-feira, dia 29 de outubro, na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), às 19 horas. Será um protesto contra a intenção dos bancos de pedir na Justiça uma liminar para adiar os processos que visam à correção da poupança – embora já tenha sido definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que os poupadores da primeira quinzena de janeiro de 1989 têm direito à essa correção pelo IPC (42,72%). O Idec – junto a outras organizações, sindicatos, juristas e economistas – ainda lançou um manifesto que defende os consumidores.

• A APCEF/SP apóia a campanha •
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• MP é bem-vinda desde que haja contrapartida social •
O segundo assunto debatido foi a Medida Provisória (MP) 443 que autoriza os bancos públicos brasileiros a adquirirem, sem que haja processo de licitação, participação em instituições financeiras no País, como as previdenciárias, as seguradoras e as empresas de construção civil e de saneamento, entre outras. O debate teve esclarecimentos do diretor-técnico, Clemente Ganz Lúcio, e do economista Sérgio Mendonça, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A medida aumenta a participação do governo federal no setor bancário e suscita muita especulação. A compra de ativos “podres” e uma postura paternalista de ajuda aos bancos são possibilidades que assustam e demandam a cobrança de uma contrapartida, como a garantia de empregos, salários e de proteção aos depósitos dos correntistas (até certo valor), entre outros.
A regulamentação do sistema financeiro é outra questão que deve voltar a ser discutida face à crise. “Devemos exercer nosso papel crítico e cobrar definições, para que haja transparência, afinal, de onde virá o dinheiro que vai salvar os bancos?” – questionou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto.

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