Mais de 200 empregados da Caixa Econômica Federal participaram, na última quarta-feira (17/12), de uma reunião virtual organizada pela Apcef/SP para debater os impactos do programa Super Caixa, lançado em julho. O encontro evidenciou a insatisfação generalizada da rede de varejo com os critérios do programa, considerados injustos e excludentes.

Durante a reunião, os trabalhadores relataram dificuldades para se habilitar à remuneração pelas vendas de produtos de seguridade, mesmo diante de esforços individuais e coletivos. Segundo os participantes, o modelo atual desconsidera a realidade das unidades, penaliza equipes e não reconhece adequadamente o trabalho realizado no dia a dia.

As críticas ao Super Caixa vêm sendo debatidas pelas entidades representativas dos empregados – CEE, Apcef/SP, Fenae e demais organizações – que, desde o lançamento do programa, buscam diálogo com a direção da Caixa para corrigir distorções.

Entre os principais problemas apontados estão:
– falhas nos sistemas de acompanhamento relacionadas ao item Negócios Sustentáveis;
– prejuízos para unidades pequenas em razão da baixa sensibilidade nos indicadores NS e CSAT;
– reposicionamento de unidades com resultados impactados pela absorção de agências encerradas ou migradas, envolvendo adimplência, carteiras, clientes e equipes, o que dificulta o alcance da Alta Performance;
– dificuldades enfrentadas pelo segmento PJ, devido à inadequação de produtos e estruturas;
– penalização duplicada, uma vez que SISNS e CSAT/NPS já contabilizam o resultado.caixa.

A principal reivindicação dos trabalhadores é a flexibilização do programa, com a adoção de deflatores em substituição ao modelo atual do “não recebe nada”, que exclui empregados mesmo diante de resultados positivos.

“Desde julho, os representantes dos empregados têm buscado diálogo e levado as insatisfações da base à direção da Caixa. O programa precisa ser revisto para garantir justiça e reconhecimento ao trabalho dos empregados”, afirmou Fernanda dos Anjos, diretora da Apcef/SP.

Como parte da mobilização, os empregados também realizaram um protesto simbólico nesta sexta-feira (19/12), vestindo branco. As imagens circularam ao longo do dia em canais internos, como o ENGAGE (Comunidade Remuneração e Benefício Caixa, no Teams), além de grupos de WhatsApp e redes sociais, demonstrando a ampla adesão e preocupação da categoria.

As entidades reforçam ainda a importância da campanha VENDEU, RECEBEU e do abaixo-assinado que já soma mais de 6,5 mil assinaturas, cobrando mudanças imediatas no Super Caixa (clique aqui para assinar). As postagens no ENGAGE já superam 30 mil visualizações nesta sexta-feira.

Diante de um ano de lucro recorde da Caixa, que já ultrapassa R$ 9 bilhões antes mesmo do fechamento do balanço, os empregados cobram reconhecimento concreto. Para as representações, o resultado é fruto direto do trabalho coletivo e não pode coexistir com um programa de premiação que exclui e penaliza quem constrói diariamente esses números.

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