De 1995 a 2002, a Caixa foi conduzida de acordo com a política neoliberal (mercado sagrado, estado maldito), pautada na privatização de várias estatais brasileiras: rodovias federais, bancos estaduais (Banespa, Banerj), empresas de telefonia (Telebrás) e de energia, mineração e siderurgia (Companhia Vale do Rio Doce). Também estavam na lista Caixa, Banco do Brasil e Petrobrás, mas faltou tempo.

Para levar a cabo seu intuito, o governo iniciou o desmonte da Caixa naquela época. Um dos alvos foi o reajuste salarial. Foram oito anos com índices abaixo da inflação: o INPC acumulado de 1995 a 2002 foi de 104,8% enquanto o reajuste do pessoal da Caixa somou apenas 28,3% (20,94% em 1995, 1% em 1998 e 5% em 2002). Em 1996, 1997, 1999, 2000 e 2001 não houve qualquer correção nos salários.

Nessa época, a direção da Caixa impunha os acordos coletivos e utilizava a Contec – uma entidade que representa menos de 10% dos trabalhadores do banco – para simular as negociações. Era uma forma de dar um aspecto de legalidade à farsa, que acabava por minar a mobilização dos empregados pois, formalmente, a Justiça do Trabalho reconhecia o Acordo.

A partir de 2005, a direção do banco passou a aplicar integralmente as cláusulas da Convenção Coletiva da categoria bancária. E, em 2006, os trabalhadores conseguiram debater e aprovar a campanha nacional unificada.

Conquistas importantes foram acumuladas a partir de então como aumentos reais, implantação da Participação nos Lucros e Resultados (posteriormente também foi implementado o pagamento da PLR Social), o restabelecimento da estabilidade e da inamovibilidade dos delegados sindicais, a equiparação do valor da cesta-alimentação ao restante da categoria, a concessão do vale-cultura, o debate das metas abusivas e do assédio moral, entre outros itens.

Enquanto de 1995 a 2003, os empregados registraram somente perdas no poder de compra, nos 12 anos seguintes, por força da unificação com a categoria, os bancários acumularam 20,83% de aumento real. Em relação ao tíquete-refeição, na Caixa, em 2002, o valor era de R$ 11; em 2015, o valor acordado foi de R$ 29,64, 169,5% de reajuste. Já para a cesta-alimentação, o reajuste de 2002 a 2015 foi de 883% (em 2002 era R$ 50; em 2015, R$ 491,52).

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