Ao longo dos anos, os empregados da Caixa Econômica Federal aprenderam que as conquistas são fruto da mobilização. Foi assim na década de 1990, por exemplo, quando conseguiram impedir a perda de direitos e barrar o projeto de privatização do banco. Com greves fortes, marcadas pela unidade, a categoria tem obtido avanços importantes nas campanhas salariais, tanto em questões econômicas como em melhorias nas condições de trabalho.

E quando a direção da empresa adota uma postura de intransigência, como nos dias de hoje? É justamente aí que os bancários e bancárias da Caixa precisam intensificar a luta. E assim será. No dia 2 de março, em todo o país, empregados do banco vão realizar um Dia Nacional de Luta contra o desrespeito com os trabalhadores. Trata-se de uma deliberação da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

“Na primeira reunião da mesa permanente deste ano, realizada em 28 de janeiro, os representantes da Caixa reforçaram que vão insistir no descumprimento de cláusulas de acordos coletivos e na falta de transparência. Por isso, é fundamental que nos mobilizemos no dia 2 de março. Vamos mostrar que não aceitaremos esse posicionamento, que não combina com a importância do banco para o país, e que lutaremos pelo respeito à categoria”, afirma Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa.

As orientações para o Dia Nacional de Luta serão divulgadas em breve pela Contraf-CUT. Mas a ideia é que sindicatos e federações realizem ações nas bases e que os materiais das entidades exijam uma nova postura da Caixa. Também deve ocorrer o retardamento de abertura das agências, como forma de envolver a sociedade nos debates.

Reivindicações
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores, está a retomada das contratações. “Quando assinamos o ACT em 2014, nossa expectativa era chegarmos a 103 mil empregados. A empresa, porém, foi na direção contrária. Realizou um Plano de Apoio à Aposentadoria no ano seguinte, quando mais de 3 mil deixaram a Caixa, e agora quer desligar mais 1.500 em um novo PAA. Enquanto isso, nas unidades, a categoria está mais sobrecarregada e doente”, diz Dionísio Siqueira, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e membro da CEE/Caixa.

Ainda em relação ao ACT 2014/2015, há outros dois itens que estão sendo desrespeitados pela empresa: destinação do superávit do Saúde Caixa, que já está definida, mas o banco ameaça voltar atrás; e promoção por mérito. Já quanto à campanha salarial do ano passado, a Caixa ainda não apresentou uma proposta para o retorno do Adiantamento Assistencial Odontológico, o que deveria ter ocorrido até 31 de dezembro.

“A falta de transparência é mais um problema que tem se agravado nesta gestão da Miriam Belchior. As notícias sobre reestruturação de GIRETs e outros setores não param de chegar, mas a direção se nega a dar detalhes do que está sendo estudado. Isso tem deixado a categoria em pânico, conforme os vários relatos que temos recebido nas entidades. Isso é desvalorizar aqueles que fazem o resultado da Caixa no dia a dia”, destaca Fabiana Matheus.

Mobilização nas redes sociais
No dia 25 de fevereiro, também por orientação da CEE/Caixa, será realizada uma grande mobilização nas redes sociais. O objetivo é o mesmo: cobrar respeito por parte da direção do banco. Orientações sobre as postagens, como as hashtags que deverão ser utilizadas, também serão divulgadas nos próximos dias pela Contraf-CUT.

Fonte: Fenae Net
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