Após atrasar o início dos debates dos critérios para a promoção por mérito de 2021, começando as discussões com a representação dos empregados apenas em dezembro, a direção da Caixa escalou em seu autoritarismo, dizendo que implementará unilateralmente os critérios para o delta, excluindo de forma deliberada milhares de empregados. Para aumentar ainda mais a gravidade da ação truculenta da administração de Pedro Guimarães, a ação dos representantes da Viepe prejudica especialmente os trabalhadores da empresa que participaram da greve realizada em 27/4/2021, que teve como pauta a defesa do Saúde Caixa, mais contratações, a cobrança pelo pagamento correto da PLR Social e a luta contra o desmonte do banco.

O processo de discussão dos critérios iniciou-se com uma proposta que foi reconhecida pela própria gerente executiva da Geret, que coordena os representantes da Caixa na mesa de negociação, como sendo uma alternativa muito pior que do que o critério que a direção da empresa disse que deve implementar. O desejo inicial da direção do banco era distribuir o delta apenas aos empregados que estivessem em quatro dos nove quadrantes possíveis da GDP. O que a direção da Caixa chama de proposta final prevê que todos os empregados elegíveis recebem um delta, e os classificados como “desempenho excelente” e “desempenho superior” na GDP podem receber dois deltas, caso haja dotação orçamentária, mas penalizando os empregados que realizaram a greve.

O autoritarismo da direção desconsidera o fato de que os critérios da promoção devem ser definidos em consenso. “A primeira proposta da Caixa era péssima, e desconsiderava que os empregados já não tinham tempo para cumprir qualquer critério, pois ela somente iniciou as discussões em dezembro. Nesta atual, a direção da empresa, na prática, discrimina os empregados que fizeram a greve, atacando a organização dos trabalhadores. Não temos acordo com a direção, e se mantiverem a postura autoritária vamos buscar todas as formas de reverter esta imposição esdrúxula”, conta André Sardão, dirigente da Apcef/SP e da Fetec-CUT/SP.

“Isto que a administração de Pedro Guimarães fez, por meio da Viepe, é um ataque à organização dos empregados que não se via desde o governo FHC. É importante ressaltarmos que, após a greve de 27/4/2021, a direção da empresa recuou da postura de recorrer contra a decisão que garantia as contratações de novos empregados, avançamos nas discussões de manter o Saúde Caixa viável para os empregados, e, neste ano, não sofremos o mesmo ataque no pagamento da PLR Social. Se a direção da Caixa pretende atacar a organização dos trabalhadores no ano de nossa renovação do Acordo Coletivo, vamos responder com mais mobilização e luta, em todas as esferas cabíveis”, disse Jorge Luiz Furlan, dirigente da Apcef/SP, do Sindicato dos Bancários do ABC e representante da Fetec-CUT/SP da mesa de negociação.

Compartilhe: