Com informações do jornal “O Globo”

A CPI dos Correios aprovou nesta quarta-feira, 24 de agosto, a quebra do sigilo das movimentações financeiras de três fundos de pensão – Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Geap (servidores da administração direta) – nos bancos BMG e Rural, dos quais saíram os supostos empréstimos de R$ 55 milhões que o empresário Marcos Valério de Souza repassou a políticos do PT e de partidos aliados, sob orientação do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.
Hoje, 25 de agosto, a comissão deverá quebrar o sigilo das aplicações de outros oito fundos de pensão de estatais nos dois bancos.
A comissão quer saber se o dinheiro liberado para Valério tem alguma relação com recursos aplicados pelos fundos nos dois bancos.
As quebras dos sigilos foram aprovadas pouco antes de dirigentes dos fundos de pensão participarem de reunião fechada, em uma sala ao lado, da CPI do Mensalão.
Os presidentes dos fundos de pensão da Caixa, Petrobras e Banco do Brasil haviam se colocado à disposição das CPIs, espontaneamente, para prestar esclarecimentos. A decisão foi formalizada em 15 de agosto em razão de insinuações, tornadas públicas por alguns órgãos de imprensa, que associavam os atuais administradores das instituições a operações irregulares.
O presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, encaminhou correspondência ao presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), na qual esclareceu que a atual gestão dos recursos da Fundação “está em perfeita consonância com os princípios e com a legislação vigente, sejam oriundos do processo legislativo, sejam normativos decorrentes dos órgãos regulamentadores, como a Secretaria de Previdência Complementar (SPC), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Monetário Nacional (CMN)”.
Guilherme Lacerda, que assumiu a presidência do fundo em março de 2003, informou a Delcídio Amaral que, na atual gestão, “nenhum dos investimentos concretizados pela Funcef visaram a atender a interesses políticos ou foram efetuados em desrespeito à legislação do País”.
Durante o governo FHC, representantes dos trabalhadores, inclusive a APCEF/SP, denunciaram, diversas vezes, supostas irregularidades nas operações financeiras da Fundação como a venda da Caixa Seguros, o socorro a empreiteiras e empresários falidos, o desvio de recursos, enriquecimento de diretores, entre tantas outras que geraram prejuízos aos participantes.
Na manhã desta quinta-feira, a APCEF/SP tentou entrar em contato com a diretoria da Funcef para obter esclarecimentos sobre o assunto. No entanto, os diretores participavam de um seminário sobre o novo plano de benefícios da Fundação junto com empregados da Caixa de todo o País, em Brasília.
“A APCEF/SP defende que todas as denúncias sejam apuradas, os culpados, punidos e aqueles que não participaram de operações fraudulentas, inocentados” – afirmou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.

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