Da Agência Feane

Medida da direção da Caixa causou indignação entre empregados de Aracaju, Belo Horizonte e Salvador. Fenae também contesta ato unilateral e arbitrário da empresa

Mais uma vez, assim como ocorreu em relação ao plano de saúde (Saúde Caixa), a direção da Caixa Econômica Federal ignorou o processo de negociações permanentes e adotou medida unilateral sem qualquer consulta aos representantes nacionais dos empregados. Desta vez o alvo foi o desconto da falta do dia 10 de outubro passado, quando empregados de várias cidades realizaram seu último dia da greve da campanha salarial de 2007. Circular interna emitida pela empresa informa que esse desconto será efetuado na folha de pagamento de fevereiro deste ano, o que deixou indignados os empregados atingidos pela medida.
Em nota sobre o assunto, divulgada em sua página na internet (www.contrafcut.org.br), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) contesta informação leviana da Caixa, constante na CI Suape/Geret 010/08, de que a decisão de descontar o dia parado foi tomada “após negociações com as entidades representativas dos empregados”. Essa versão, inclusive, é classificada de mentirosa pelo Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região. A bem da verdade, tanto a Contraf-CUT quanto o Seeb/BH esclarecem que ofícios foram enviados para a presidência e para a Superintendência Nacional de Negociação da Caixa, nos quais o movimento dos empregados reivindicava que o dia 10 de outubro não fosse descontado e sim abonado ou compensado.
Vejamos os fatos. Ocorre que, embora a maioria dos sindicatos tivesse encerrado a greve um dia antes (9 de outubro), empregados de cidades como Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Salvador (Bahia) continuaram com o movimento no dia 10 de outubro. Para o fim da paralisação, o compromisso firmado pela Caixa em acordo coletivo era de não-desconto dos dias parados. Na base do Seeb/BH, a medida adotada pela empresa revoltou os empregados, que se sentiram discriminados por conta de tratamento diferenciado registrado em outros Estados.

• Mais protestos

A Fenae também lamenta que, mais uma vez, a Caixa utilize artifícios de linguagem para tentar imputar ao movimento sindical e associativo co-responsabilidade por seus atos arbitrários.

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