Em 31 de maio, dois itens considerados primordiais pela representação dos empregados nas discussões sobre o Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) estiveram em pauta na reunião da comissão temática, composta pela Contraf-CUT e a direção da Caixa: o login único e as horas negativas.
Representantes da Contraf-CUT avaliam que a Circular Interna da empresa (CI SN Administração de Pessoas 026/11), a qual orienta as agências a reduzirem em 32% a dotação de horas extras, pode agravar, ainda mais, as condições de trabalho nas unidades e colocar em risco o direito do empregado ao recebimento das horas trabalhadas.
Para a representação dos empregados, a redução orçamentária não acarretará a diminuição da quantidade de trabalho.
Login único – “A direção do banco poderá, ainda, encontrar, no sistema de horas negativas e na possibilidade de o empregado ou o gestor logar o sistema várias vezes ao mesmo tempo, formas de as horas extras serem feitas sem o devido registro”, alertou o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e empregado da Caixa, Plínio Pavão.
A reivindicação da Contraf- -CUT é impedir, por exemplo, que o gestor possa logar vários computadores e impelir o funcionário que não estiver logado no Sipon a entrar no sistema e continuar trabalhando, sem que isso seja contado como hora trabalhada.
Em resposta, a direção da Caixa informou que está estudando soluções técnicas para implantar o login único.
A proposta do banco, entretanto, determina que o login único seja direcionado apenas para empregados sem função, cabendo aos gestores a possibilidade de logar dois computadores ao mesmo tempo. Isso não resolve o problema. “Se houver cinco gestores em uma agência, será possível ainda logar o sistema para que cinco empregados façam horas extras sem registro”, disse Plínio Pavão.
Diante da exposição da empresa, a representação dos empregados fez uma contraproposta: no momento em que uma segunda máquina for logada com a mesma senha, ao invés de derrubar o sistema na máquina anterior, essa apenas seria bloqueada, de modo que, quando finalizado o segundo login, a primeira máquina logada voltaria a funcionar normalmente, a partir do ponto onde o trabalhador havia parado.
Os representantes da Caixa comprometeram-se a encaminhar a proposta da Contraf-CUT para a área de tecnologia do banco. Mas isso, de acordo com o banco, só acontecerá a partir de setembro, dado que o setor possui outras prioridades.
Essa postura, no entanto, foi contestada pela representação nacional dos empregados: “Esperar até setembro é uma temeridade, pois há fragilidades no sistema. Essa pauta será levada para a mesa permanente de negociação com o banco para que a solução seja agilizada”, afirmou Plínio Pavão. A próxima reunião está marcada para 28 de junho.
Horas negativas – não houve acordo na questão relativa às horas negativas. Conforme explicação da Contraf-CUT, existem normas que regram a compensação de horas e a representação nacional dos empregados considera inadmissível que continuem ocorrendo situações em que o gestor dispensa o bancário e o faz pagar as horas quando lhe for mais conveniente.
“Nosso próximo passo será construir uma proposta sobre as horas negativas, juntamente com os empregados, para ser apresentada na próxima reunião da comissão temática”, finalizou o secretário da Contraf-CUT. 


Foto: Augusto Coelho – Fenae
Comissão temática debateu Sipon, em 31 de maio

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