O Comando dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou à Fenaban nesta segunda-feira, dia 11, em São Paulo, a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2014, que inclui reajuste de 12,5%, piso de R$ 2.979, mais saúde e melhores condições de trabalho, preservação do emprego, fim da rotatividade e prevenção contra assaltos e sequestros. A primeira rodada de negociação já foi marcada para os dias 19 e 20 de agosto, sobre o tema saúde e condições de trabalho.
Após a entrega da minuta geral da categoria, na sede da Fenaban, o Comando Nacional também entregou à direção da Caixa Econômica Federal a pauta específica de reivindicações dos trabalhadores das duas instituições públicas.
"Tivemos muitas conquistas nos últimos dez anos, mas queremos mais avanços no aumento real, no piso salarial, na saúde e condições de trabalho, no emprego e na segurança. Os lucros e a rentabilidade recordes dos bancos permitem que eles atendam as expectativas da categoria", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, ao entregar a pauta de reivindicações ao presidente da Fenaban, Murilo Portugal.
"Além da remuneração, estamos muito preocupados com a proliferação de adoecimentos de bancários, em razão da pressão por metas abusivas e do assédio moral, e também com a preservação do emprego", acrescentou Cordeiro. "Queremos pôr um fim à rotatividade, que no sistema financeiro faz parte do negócio e é um mecanismo para reduzir salário e aumentar lucros."
Preservação do emprego
O presidente da Contraf-CUT citou estudo do Dieese mostrando que, na economia como um todo, a diferença salarial entre os trabalhadores contratados e os desligados é de 7%, enquanto nos bancos chega a 46%. "Somados o fechamento de vagas e a rotatividade, são 45 mil pais e mães de família que perdem o emprego no sistema financeiro a cada ano. É preciso que os bancários tenham segurança quanto ao futuro."
Cordeiro também propôs incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) os avanços alcançados no projeto-piloto de segurança bancária implementado em Recife, Olinda e Jaboatão.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, afirmou que os 500 mil bancários do país "têm a expectativa de que a Campanha Nacional 2014 seja resolvida com rapidez e com resultados positivos, uma vez que os lucros e a rentabilidade dos bancos são recordes".
Principais reivindicações da Campanha Nacional
> Reajuste salarial de 12,5%.
> PLR: três salários mais R$ 6.247.
> Piso: R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese em valores de junho).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
> Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências e biombos em frente aos caixas; e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Pauta Específica da Caixa
As reivindicações que serão negociadas com a Caixa na Campanha Nacional e as que serão tratadas na mesa de negociações permanentes foram definidas no dia 5 de agosto, durante reunião da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), em Brasília (DF). “Construímos uma pauta que representa a categoria. Agora é hora de mobiliza-la em busca de novas conquistas”, afirma Fabiana Matheus, coordenadora da CEE.
Principais reivindicações específicas dos empregados da Caixa
> Combate ao assédio moral e sexual.
> Fim do voto de Minerva na Funcef.
> Incorporação imediata do REB ao Novo Plano.
> Extensão do Saúde Caixa para aposentados por PADVs.
> Mais empregados por setor.
> Jornada de seis horas para todas as funções sem redução de salário.
> Registro do ponto para todos os empregados.
> Isonomia para empregados admitidos a partir de 1998.
> Fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas.
> Vale-Cultura para todos os empregados.
Fonte: Contraf-CUT