Da Agência Brasil-Vinícius Konchinski com Agência Fenae

As centrais sindicais estão convocando os filiados para uma manifestação conjunta no Congresso Nacional, em Brasília. O ato deve ocorrer na próxima terça-feira, 15 de fevereiro, dia que os sindicalistas esperam ver entrar na pauta de votações a proposta do governo de reajustar o salário mínimo para R$ 545. De acordo com representantes das entidades, o governo federal já sinalizou que não vai mais negociar o valor do mínimo deste ano.
Um projeto de lei propondo regras para o reajuste do piso foi enviado nesta quarta-feira (9) pela equipe da presidenta, Dilma Rousseff, ao Congresso.
“O que nos resta é fazer uma mobilização no Congresso para um aumento real do mínimo”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva. “Todos os nossos dirigentes já foram convocados para ir a Brasília. Todas as centrais também devem estar lá.”
De acordo com o sindicalista, a intenção da manifestação é convencer os parlamentares de que é necessário um aumento real para quem ganha salário mínimo. A intenção é convencer os deputados a alterar o projeto do governo. “Podemos antecipar parte do aumento que o mínimo terá em 2012 ou mesmo baixar um pouco a proposta dos R$ 580, mas temos que que conseguir um aumento real.”
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que os sindicalistas ligados à Força também vão promover uma série de assembleias e manifestações para reivindicar a correção da tabela do Imposto de Renda (IR) e um reajuste maior para os aposentados.
Nesta quarta-feira (9), inclusive, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes paralisou 19 fábricas da capital paulista por duas horas para cobrar do governo federal um reajuste de 6,46% da tabela do IR.
O presidente do sindicato, Miguel Torres, disse que cerca de 13 mil metalúrgicos aderiram à paralisação. Para ele, a categoria conseguiu um aumento salarial de 10% no ano passado, mas parte deste ganho está sendo “confiscado” pelo governo, já que a tabela do IR não foi corrigida.
Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, a decisão sobre o salário mínimo influencia a definição dos outros pontos da pauta dos sindicalistas. Ele disse ainda que as centrais vão convocar outros movimentos para participar dos atos em Brasília. “Estamos conversando com os sem terra, os estudantes, os aposentados”, afirmou Neto. “Todos vão engrossar o coro por um salário mínimo maior.”

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