Recentemente, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) divulgou a proposta de mídia da campanha salarial unificada 2009 da categoria bancária com o mote Bancos abusam. Cadê a responsabilidade social?
O material foi apresentado ao Comando Nacional dos Bancários e aos delegados da 11ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, ocorrida em meados de julho, na capital.
Um dos focos da campanha é dialogar com a sociedade, mostrando o outro lado da imagem dos bancos que não aparece nas suas propagandas milionárias: filas intermináveis nas agências, cobrança de tarifas e juros altos, demissões e insegurança. Ao mesmo tempo, a proposta de mídia busca, ainda, questionar a responsabilidade social do setor financeiro no País.
Outro foco é o diálogo com os trabalhadores dos bancos públicos e privados. Nesse caso, o objetivo é mostrar o abuso das empresas nas relações de trabalho, como as metas abusivas, o assédio moral, as demissões, a carência de pessoal, a falta de segurança e o descaso com a saúde.
De acordo com pesquisa realizada pela Contraf-CUT e pelo Departamento Inter-sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no primeiro semestre deste ano, os bancos fecharam 1.364 postos de trabalho. Os abusos dos banqueiros também afetam os clientes, que pagam juros e tarifas altíssimas e sofrem com filas intermináveis causadas pela falta de empregados.

• Bancários lutam por reajuste de 10% e pelo piso do Dieese
Assim como aconteceu nos últimos anos, a campanha nacional será unificada entre bancos públicos e privados, com negociações das questões de cada banco realizadas simultaneamente, em mesas específicas.
As negociações, que envolvem tanto as cláusulas sociais quanto as econômicas, têm como principal foco o índice de reajuste salarial.
Neste ano, o índice pelo qual os bancários lutarão é de 10%, correspondente à reposição da inflação mais 5% de aumento real.
O porcentual também é fruto de manifestação dos bancários em consultas feitas pelos sindicatos de todo o Brasil e será base para as reivindicações de reajuste também das demais verbas, como vale-alimentação e refeição.
O piso a ser reivindicado tem como base o salário mínimo do Dieese: R$ 2.047, para escriturário, e R$ 2.763, para caixa.
Confira, no quadro abaixo, o resumo das demais reivindicações. 

• Prontos para a luta
De acordo com consulta realizada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, envolvendo cerca de 6 mil bancários, 86% deixaram claro que estão dispostos a participar das mobilizações da campanha salarial nacional para conquistar aumento real de salário, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) maior, fim das metas abusivas e do assédio moral, plano de cargos e salários e valorização dos pisos.
“É hora de mobilização e de união. Participe das atividades dentro da campanha salarial e lute pelos seus direitos!” – conclamou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto.

• Entrega da minuta
Até o momento, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não agendou data para a entrega da pauta de reivindicações dos bancários.
Acompanhe os desdobramentos da campanha salarial no nosso site.

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