Por Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT

Não precisou mais do que uma rodada de negociações para que os bancários da Caixa Econômica Federal percebessem a falta de vontade do banco em avançar nas reivindicações do funcionalismo.
Realizada em 24 de agosto, quase dois meses e meio depois da entrega da Minuta Mínima de Reivindicações, a negociação não trouxe nenhum avanço e os representantes da Caixa nem mesmo se posicionaram sobre uma das principais reivindicações do funcionalismo: a garantia de que o banco vai distribuir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos mesmos moldes do acordo que vier a ser assinado com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
“Estou profundamente decepcionado com esta negociação. O Banco do Brasil já vem negociando com o funcionalismo e garantiu o pagamento da PLR igual ao da Convenção Coletiva. A Fenaban já realizou seis rodadas de negociações, mas a Caixa insiste em retardar o fechamento de um acordo” – lamentou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-Caixa) e secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Plínio Pavão, durante a negociação, realizada na sede da CNB/CUT, na capital.
Plínio destacou para os representantes do banco que o prazo limite para o fechamento de um acordo é até o fim deste mês e que, caso as negociações não avancem até lá, os empregados entrarão em greve. “Infelizmente vocês não quiseram discutir os temas centrais desta Campanha Salarial hoje. Nós não conseguimos avançar em nenhum ponto e ainda falta muito a ser negociado” – avisou Plínio aos representantes do setor patronal.
A expectativa dos bancários para a negociação de 24 de agosto foi frustrada logo de início. Os empregados cobraram da direção do banco a garantia de que a PLR será paga no formato acordado com a Fenaban, o que tornaria a sua distribuição mais justa para todos os empregados. Mas a direção da Caixa disse que ainda não tem nenhuma posição a respeito do tema.
Os representantes dos empregados reafirmaram que sem a PLR não se pode falar em cumprimento da Convenção Coletiva e que, se isso acontecer, a Caixa ficará num total isolamento, já que a direção do Banco do Brasil comprometeu-se a pagar.
“Isto que vocês estão colocando é muito ruim. A Caixa precisa cumprir a Convenção Coletiva e nós não vamos aceitar um centavo a menos do que o valor que vier a ser fechado com a Fenaban” – garantiu o presidente da CNB/CUT e coordenador da Executiva Nacional dos Bancários, Vagner Freitas.
O coordenador da CEE-Caixa lembrou que no ano passado a empresa atendeu a esta reivindicação após nove dias de greve. “Se a Caixa cogita um outro acordo de PLR que seja menor do que a Fenaban vai criar uma situação muito ruim. A Caixa vai ficar isolada nesta Campanha Salarial e vai enfrentar uma greve novamente” – avisou Plínio.

• Sem resposta

Entre as reivindicações que os bancários esperavam resposta para a reunião de 24 de agosto estão a reintegração dos demitidos pela RH 008, a implantação do novo plano de benefícios da Funcef, alterações no PCS/PCC, concessão de Auxílio Alimentação aos aposentados, a isonomia para os admitidos após março de 1997, a adequação dos Retpvs, com equacionamento da jornada dos técnicos de retaguarda e da função dos supervisores e outros pontos relativos à saúde do trabalhador e segurança bancária.
Os empregados da Caixa esperam agora que o banco responda às reivindicações na próxima rodada de negociações, marcada para dia 27, às 14 horas, na sede do banco, em Brasília.
Uma terceira rodada foi agendada para dia 30, às 16h30, na sede da CNB/CUT, na capital. “Esperamos que nos próximos dois encontros haja avanços” – finalizou Plínio.

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