Por Fábio Jammal Makhoul – CNB/CUT

Para demonstrar a discrepância e a ganância dos banqueiros, os economistas fizeram uma conta bem simples. Segundo eles, quem depositou R$ 100 em uma caderneta de poupança em 1º de junho de 1994, quando entrou em vigor o Plano Real, teria hoje R$ 374, ou seja, o valor de quatro pneus.
Mas o infeliz que na mesma data devia R$ 100 de cheque especial e não pagou, teria de desembolsar hoje R$ 139.900. É o valor de dez veículos populares.
Para protestar contra situações como esta e exigir respeito aos clientes e usuários dos bancos, bancários de todo o Brasil devem realizar, em 2 de setembro, uma série de manifestações. Os protestos fazem parte do calendário de mobilização da Campanha Salarial 2003, definido em agosto pela Executiva Nacional dos Bancários.
Além das altíssimas taxas de juros – muito maiores que a Selic – e das tarifas caríssimas, os clientes ainda precisam conviver com as longas filas e a falta de segurança, causadas pelo reduzido número de funcionários.
Para o secretário de imprensa da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), Varela Cavalcanti, o tratamento dos bancos com seus clientes é discriminatório. Para ele, com esta onda dos banqueiros em segmentar a clientela, o atendimento à maior parte dos correntistas fica prejudicado.
“Com este tratamento diferenciado, apenas um pequeno grupo de clientes economicamente favorecidos têm acesso aos melhores e mais qualificados produtos dos bancos, além de um tratamento personalizado. Enquanto isso, a grande massa dos clientes é quase expulsa dos bancos, tendo de fazer suas transações financeiras no atendimento automático ou enfrentando filas quilométricas” – comentou Varela.
O sindicalista destacou que as manifestações que serão realizadas em 2 de setembro, traduzem um dos eixos da campanha deste ano: “a irresponsabilidade social dos bancos”. Valera diz que os banqueiros só pensam no lucro em detrimento até de oferecer melhores condições aos clientes. “Com esta denúncia dos bancários, o movimento sindical está mostrando o seu lado social, reivindicando menores juros, tarifas e filas aos cidadãos” – finalizou.

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