Por Meire Bicudo – CNB/CUT

Diante do posicionamento dos empregados na maioria das assembléias realizadas no dia 13, em todo o País, de rejeitar as propostas apresentadas pelo Banco do Brasil e Caixa, a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) orienta as entidades sindicais a intensificarem o movimento de greve iniciado em 14 de outubro nas capitais e nas principais cidades do interior, para garantir a melhoria nas propostas apresentadas nos dois bancos.
Na avaliação do presidente da CNB/CUT, Vagner Freitas, a demanda reprimida dos últimos oito anos, levaram à rejeição da proposta avaliada nas assembléias. “O processo de arrocho salarial sofrido pelos bancários durante o governo FHC, quando eles receberam reajustes diferenciados dos bancários do setor privado, fez com que optassem por lutar pela recuperação do poder de compra logo no primeiro ano do novo governo” – afirmou.
Vagner lembrou que a eleição de um governo com uma visão mais democrática, reacendeu as esperanças dos bancários de recuperar, já no primeiro ano, o arrocho sofrido nos últimos tempos. Enquanto os bancários do setor privado receberam 95,41% de reajuste de setembro de 1994 a agosto de 2002, os funcionários do Banco do Brasil tiveram 36,15% e os da Caixa, 28,26%.
O presidente da CNB/CUT ressaltou que o comando do movimento sindical orientou a aceitação das propostas por acreditar na mudança de relação com as direções dos bancos, o que permitiria uma recuperação das perdas já no próximo período. Mas os bancários, diante da nova realidade, têm uma expectativa mais imediata e, corretamente, optaram por tentar recuperar o poder de compra dos salários já no primeiro ano.
Agora, disse Vagner Freitas, as entidades devem intensificar o diálogo com os empregados dos dois bancos para construir um movimento forte e para que ele cresça no sentido de forçar os bancos a apresentarem uma proposta melhor do que as já colocadas nas negociações.
O movimento de greve é baste forte em Brasília, onde 80% dos funcionários do Banco do Brasil estão paralisados. Em São Paulo, 70% dos bancários estão paralisados. No Rio, 90% do BB está parado e 80% dos empregados da Caixa. Em Belo Horizonte e região, quase 100% dos empregados da Caixa e do BB estão paralisados.
Na tarde de hoje devem ocorrer novas assembléias que irão avaliar as paralisações e organizar o segundo dia de greve.
A Executiva Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa reúnem-se amanhã, 15 de outubro, às 15 horas, para discutir a campanha salarial nos bancos públicos.

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