Se você ou algum colega de trabalho está sofrendo assédio, denuncie

A concepção para assédio moral, segundo a Organização Assédio Moral no Trabalho, pressupõe repetição sistemática, intencionalidade – como forçar o outro a abrir mão do emprego, direcionalidade – quando uma pessoa é escolhida como bode expiatório, temporalidade – acontece durante a jornada, por dias e meses e degradação deliberada das condições de trabalho. Não é um ato isolado de humilhação, isso não caracteriza assédio moral.

Muitas vezes, o trabalhador assediado somatizando este sofrimento psicossocial, tem o desempenho do profissional comprometido.

Pesquisa – A Fenae encomendou pesquisa denominada Saúde do Trabalhador da Caixa, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que ouviu dois mil empregados do banco público, entre os dias 2 e 30 de maio de 2018, para tratar de temas relacionados à saúde dos empregados, diretamente ligada a questão do assédio moral (o resultado completo da pesquisa está disponível no site da APCEF/SP).

A pesquisa demonstrou o peso do “assédio moral institucional” para os trabalhadores.

Quando perguntados sobre situações típicas de assédio moral na relação com a chefia direta, tais como demanda excessiva por trabalho, pressão, atribuição indevida de erros, ameaças, gritos, entre outras, 53,6% dos empregados da Caixa disseram ter passado por ao menos um desses episódios. Outros 81,3% afirmaram que situações como essas ocorrem com outros colegas.
No entanto, apenas 3,1% de episódios de assédio moral foram registrados junto ao departamento de Recursos Humanos da Caixa.

Ainda na pesquisa, identificou-se que 6% dos empregados tiveram conhecimento de situações de assédio sexual no ambiente de trabalho.

A questão do suicídio também foi citada pelos empregados da Caixa. Entre os entrevistados, 46,9% tiveram conhecimento de algum episódio com colegas de trabalho. Mais da metade (51,7%) dos entrevistados conhece colegas que passaram por sofrimento contínuo em virtude do trabalho.

Processos – No Brasil, os processos envolvendo assédio moral na Justiça do Trabalho cresceram ao menos 28%, entre 2015 e 2017, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), somando ações do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e nas primeiras e segundas instâncias dos Tribunais Regionais.

Denúncia – Caso algum episódio de assédio moral esteja ocorrendo em sua unidade, procure a APCEF/SP pelo telefone (11) 3017-8315 ou pelo e-mail sindical@apcefsp.org.br. A sua identidade será preservada.

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