APCEF em Movimento, edição nº 621 – 19/1/2004

Falta empregado, segurança…
Problemas da área de retaguarda vêm desde sua criação

A APCEF/SP promoveu, em conjunto com entidades sindicais, um encontro de tesoureiros e supervisores de retaguarda em 10 de janeiro, na capital. Estiveram presentes cerca de 60 empregados da área de retaguarda.
O evento foi coordenado pela diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus, pelo diretor da FETEC-CUT/SP Marcel Juviniano e pelo coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), Plínio Pavão.
Além deles, estiveram presentes: o responsável pela GIRET/SP, Ataíde Yassuto Komatsu, e o gerente nacional de Relações Trabalhistas e Previdência, Luiz Octávio Cuiabano.
A reunião tinha o objetivo de debater os principais problemas da área de retaguarda e as reivindicações dos trabalhadores a fim de subsidiar os trabalhos, na mesa de negociação permanente, dos grupos que devem ser instalados em 16 de janeiro.
A maioria das intervenções resgatou a forma como foram criadas as áreas de retaguarda, em 2000, por Mario Haag. Na avaliação dos empregados, isso explica a falta de estrutura física e de pessoal a que são submetidas essas áreas.

Falta de pessoal
A falta de pessoal é um dos problemas mais graves da área, causando jornadas extensas para o supervisor e tesoureiro, às vezes de 12 ou 14 horas, sem o registro das horas extras. Embora bancários, ambos são submetidos à jornada de oito horas.
No caso do supervisor, não existe a obrigatoriedade de marcação do ponto. Já para o tesoureiro, marca-se jornada britânica, ou seja, exatamente oito horas. Há relatos de casos cuja orientação é para que se dilate o horário de almoço do tesoureiro em duas ou três horas a fim de que ele fique até o término dos trabalhos.
Além disso, de acordo com informações, só são permitidas férias de 20 dias para o supervisor e tesoureiro que, embora subordinados à Reret e Giret, entram na escala de férias da agência, uma vez que esses departamentos não têm pessoal para suprir as ausências nem das licenças médicas.
O relacionamento com a agência também foi relatado pelos participantes como difícil. Há unidades nas quais os banheiros e cozinha são separados para os prestadores de serviços e, ainda, há exigência de utilização de uniformes para os terceirizados.

Saúde
Existem muitos empregados de retaguarda em tratamento médico, cuidando-se com antidepressivos, inclusive, e uma grande quantidade de afastamentos devido ao estresse e à LER/DORT.

Segurança
A segurança também é uma preocupação constante dos empregados, uma vez que são alvos potenciais de assaltantes e seqüestradores. Em muitas situações, são obrigados a ficar com a chave e o segredo do cofre, pois não têm com quem dividir a responsabilidade.
Os trabalhadores da área de retaguarda responsabilizam-se pelos serviços dos terceirizados e, rotineiramente, assumem responsabilidades por liberações de níveis gerenciais.

Outros assuntos
Os participantes do encontro também destacaram a falta de equipamentos, deficiência dos sistemas, terceirização e a diversidade de normativos que tratam do mesmo assunto como dificultadores.

Propostas
Durante o encontro, foram elaboradas propostas para melhoria da área. O documento será encaminhado para a CEE-Caixa e para a Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) a fim de subsidiar as discussões com a diretoria. Dentre os pontos, destacam-se:
– Repensar a área de retaguarda e o modelo de atendimento das agências;
– Dotar a Reret/Giret de pessoal para suprir ausências;
– Dotar a Retpv com dois tesoureiros, jornada de seis horas;
– Criar a função de auxiliar de supervisor;
– Enquadramento do supervisor como gerente, com o devido reajuste salarial;
– Pagamento das horas extras realizadas;
– Unificação dos normativos por temas;
– Interligação do Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) com os demais sistemas;
– Criação de medidas preventivas na área de saúde e segurança.

Questões apontadas pelos representantes da Caixa
Os representantes da Caixa comentaram sobre alguns pontos:
– Contratação de pessoal: está em negociação, depende de autorização do Ministério do Planejamento e da Fazenda;
– Terceirização: pretendem resolver a questão ainda esse ano;
– Hora extra: a direção da Caixa pretende “fazer valer” o acordo coletivo e os normativos;
– Trabalho de valorização da área de retaguarda;
– Contratação de empresa para abertura e fechamento da porta da agência como alternativa de segurança;
– Aquisição de aproximadamente 300 “tesoureiros eletrônicos”, espécie de cash dispenser master para o suprimento.
“Esperamos que as negociações com a Caixa evoluam para o atendimento das nossas reivindicações” – concluiu um empregado que participou do encontro.

Programe-se!
Uma nova reunião da área de retaguarda foi marcada para 6 de março, sábado.

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