Os trabalhadores do setor bancário engrossaram o coro dos contrários às propostas de “Reformas” Trabalhista e da Previdência apresentada pelo governo neoliberal de Temer e aderiram à greve geral na sexta-feira (28), em todo o país. Funcionários do Metrô, trem, ônibus, aeroportos, Correios e diversos setores da economia também participaram.

“A greve geral foi uma resposta da população aos ataques aos direitos sociais e trabalhistas tão duramente conquistados. Não foi um ‘ato isolado’ como a grande imprensa brasileira divulgou”, salienta o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

Já a imprensa internacional deu destaque à greve geral no Brasil. Diversos veículos de comunicação mencionaram as paralisações das categorias e protestos em várias cidades brasileiras, além de informar o conteúdo.

Em balanço divulgado no final da tarde pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região 530 locais de trabalho, sendo 15 centros administrativos, foram parados total ou parcialmente. A estimativa é que pelo menos 62 mil trabalhadores participaram do movimento. A entidade lembra que a adesão foi aprovada por 81% da base, em consultas com 15.613 trabalhadores.

Greve na Caixa – a direção da Caixa divulgou, na quinta-feira (27), que registraria “falta injustificada” a ausência do trabalhador no dia 28.

O advogado trabalhista Ericson Crivelli observa que a lei determina negociação prévia entre patrão e empregados sobre dias parados. Mesmo sem acordo, não pode haver desconto: "Se no dia 28 o bancário não aparecer para trabalhar, o empregador não sabe por qual motivo ele 'faltou'. Se não foi trabalhar porque aderiu à greve ou porque não conseguiu meio de transporte. Portanto, não pode descontar".

Ameaças configuram prática antissindical, acrescenta Crivelli. "Ficar ameaçando o empregado de que vai descontar ou obrigando-o a ir trabalhar porque vai mandar Uber, táxi ou qualquer outro meio de transporte que não aquele que o empregado está acostumado a utilizar habitualmente constitui um constrangimento ao direito de exercício de greve."

A CEE/Caixa enviou ofício ao presidente do banco, Gilberto Ochhi, no dia 27, informando a adesão dos empregados à greve geral. Também cobraram respostas para questões específicas dos empregados da Caixa: reposição dos postos de trabalho a fim de resguardar o atendimento à população e assegurar o trabalho digno; contra o fechamento de agências; correto pagamento das horas extras referente aos sábados trabalhados, com adicional de 100%; o fim da verticalização, que ameaça carreiras e o atendimento ao público, entre outros itens.

“Nosso movimento é contra as reformas do governo, que detonam os direitos dos trabalhadores, e em defesa de empresas públicas, como a Caixa”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP.

Fiquem atentos: caso seja registrada a falta injustificada, entre em contato conosco pelo e-mail sindical@apcefsp.org.br ou ligue (11) 3017-8315.

Fonte: APCEF/SP com dados do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Rede Brasil Atual

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