Em reunião da mesa de negociação entre os representantes da Caixa e dos empregados nesta quinta-feira (28), a Caixa finalmente apresentou uma proposta para o retorno da nomeação efetiva das funções de caixa e de tesoureiro. A proposta, infelizmente, é ruim para os empregados.

Com a justificativa de buscar uma pretensa segurança jurídica, o pacote trazido pela Caixa prevê que os tesoureiros teriam sua jornada de trabalho reduzida de oito para seis horas de trabalho diárias, o que é uma reivindicação histórica dos empregados. Porém, a redução (que seria obrigatória), também reduziria de forma proporcional os salários dos empregados que ocupam a função (veja tabela abaixo).

Para a função de caixa, para retomar as nomeações efetivas, a empresa quer que os empregados reconheçam que a quebra de caixa seria uma verba devida apenas aos empregados que não exercem a função de forma efetiva. Assim, os empregados que forem nomeados como caixa de forma efetiva não teriam o direito a pleitear a verba de quebra de caixa. Para os empregados que já estão ocupando as funções e que não possuem ações judiciais, seria proposta uma Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para “quitar” estes direitos. 


O pacote apresentado pela Caixa na reunião não trouxe propostas para outros problemas, como o cálculo das férias dos tesoureiros designados por prazo ou por minuto, que ocorre em desacordo com o que prevê a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e nem para as demandas dos avaliadores.

O pacote da direção também não informou se manterá a discriminação aos empregados do REG/Replan que não fizeram o Saldamento e não se comprometeu a efetivar os empregados que já exercem estas funções por prazo ou por minuto.

Os representantes dos empregados apontaram estes problemas e reivindicaram que a Caixa apresente os números atualizados dos empregados que exercem cada uma destas funções, de forma efetiva, por prazo e por minuto, e cobraram também uma nova proposta, que de fato atenda às demandas dos empregados.

“Infelizmente, a direção da Caixa apostou em uma proposta que promove uma divisão entre os empregados, ao passo que dá àqueles que exercem a função de forma precária, por prazo ou por minuto, uma perspectiva de deixar sua situação mais estável, mas exige, para isto, que aqueles que já ocupam a função abram mão de sua remuneração. O pacote proposto pela direção não é apenas inaceitável, é também indecente”, criticou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros. “Para mudar esta situação, é importante que os empregados estejam conscientes e mobilizados. Por isso, é importante acompanhar as notícias publicadas e participar das reuniões e mobilizações propostas”, finalizou.

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