De representantes da indústria da construção civil à liderança nacional das associações de moradores, do senador Esperidião Amim (PP-SC) ao deputado Ivan Valente  (PSOL -SP), políticos e lideranças de diferentes matizes ideológicas, sindicalistas, entidades de classe, todos os que participaram do grande ato virtual  contra a MP 995/20 na noite da última quarta-feira, dia 23, reforçaram a importância da Caixa Econômica Federal como banco público e manifestaram posição contrária à possibilidade de privatização da empresa. 

 “Este ato é apenas o começo, mas pela adesão e ampla participação nós temos a certeza de que apenas um passo inicial para uma luta que será cada vez mais de todo o povo brasileiro. Não temos tempo a perder, o governo está agindo rápido no desmonte das empresas públicas, teremos que mostrar para a sociedade que Mexeu com Caixa, Mexeu com o Brasil” salientou Takemoto ao finalizar a live que durou mais de duas horas e 30 minutos sob a coordenação da Fenae e da Frente em Defesa dos Bancos Públicos. 

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF) a pandemia levou a população a evidenciar ainda mais grandeza da Caixa e sua importância. Ela denunciou a MP 995 como inconstitucional. O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) concorda e salientou que é impossível pensar em políticas habitacionais sem a atuação da Caixa. “Sem o sistema público teria sido impossível atender a 60 milhões de brasileiros, como fez a empresa nesse momento de pandemia”, afirmou ele. 

O senador Esperidião Amin (PP-SC) entende que não há sentido para o Estado brasileiro abrir mão da competência  e dos bons trabalhos realizados pela Caixa em todo o país: “se a atuação da Caixa já era exemplar, com a pandemia suas equipes foram além do exigível, ou seja, a empresa tem uma eficiência estrutural e também emergencial, isso é formidável”, afirmou.  

Já o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) considera que a venda fatiada da empresa permitida pela MP 995 é um crime de lesa-pátria e garantiu que o seu partido estará na luta para derrubar a proposta. Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por sua vez, salientou que os bancos públicos são do povo e não de governos, que não podem dispor deles a seu bel prazer.  

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) ressaltou que um setor financeiro público forte é fundamental para o desenvolvimento dos programas sociais de qualquer governo, e um banco que presta esse serviço e ainda dá lucro é inegociável. O deputado Patrus Ananias (PT-MG) criticou a MP e alertou que ela abre um flanco para privatização disfarçada da empresa. O deputado Zé Carlos (PT-MA) lembrou a importância da Caixa para o esforço do seu estado na área de saneamento e no atendimento aos programas sociais. 

Ainda se manifestaram contra a MP os deputados Leonardo Monteiro (PT-MG), Perpetua Almeida (PCdoB- AC), Glauber Braga (PSOL-RJ), Humberto Costa (PT-PE), Alexandre Padilha (PT-SP), Bacelar (Podemos-BA), Rogério Correia (PT-MG). 

Os ex-presidentes da Caixa, Gilberto Occhi, Jorge Hereda e Maria Fernanda também participaram da live. Enquanto Occhi ressaltou o caráter da Caixa de ser um banco para todos e para qualquer um, Hereda ressaltou que o banco é um agente de política pública inigualável e Maria Fernanda disse que a empresa já sofreu muitos ataques, mas que as ameaças do momento são sem precedentes: “temos que resistir, porque diz respeito ao futuro do nosso país”, ressaltou.  
 
Entidades 

O coordenador do Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae, Jadir Garcia, abriu seu depoimento lembrando que o movimento dos empregados da Caixa sempre irá defender a empresa porque reconhece que ela é a grande condutora de políticas públicas no país. Juvandia Moreira, presidente da Contraf, entidade que ingressou com o pedido de inconstitucionalidade da MP junto ao STF, entende que no corpo do Estado, a Caixa é o coração aberto a todos que necessitam de políticas públicas.  

O vice-presidente da Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa (Fenag), Pedro Sérgio dos Santos Barbosa, salienta que ninguém mais do que o empregado Caixa sabe a importância da empresa e o que ela representa na vida das pessoas, em especial neste momento de pandemia. “Trabalhamos de 12 a 14 horas por dia porque sabemos o quanto isso é fundamental para milhões de brasileiros” afirmou ele.  

Para Edgard Antonio Bastos Lima, presidente da Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa (Fenacef) o povo brasileiro está em perigo de perda de um grande patrimônio: “ao fatiar, eles diminuem sua importância”.  O diretor regional da Aneac (Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa), Geraldo Aires Junior entende que o fatiamento da empresa comprometerá o papel social do banco.

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