Os planos de benefícios da Funcef alcançaram rentabilidade acima da meta até julho de 2017, mas o que a Fundação não fala é que rentabilidade maior não significa redução de deficit. Ao contrário, o crescimento do passivo e a atualização da parcela do deficit que não foi equacionada superam os ganhos obtidos além da meta. De janeiro a julho, mais R$ 672,7 milhões se somaram ao deficit de R$ 12,4 bilhões acumulado em 2016, totalizando R$ 13,1 bilhões.
 
A situação do REG/Replan Saldado demonstra porque os participantes se sentem tão preocupados. Números de julho apontam crescimento de R$ 34,5 milhões no resultado dos investimentos, mas essa evolução além da meta não fez frente ao passivo previdencial – o quanto a Fundação paga de benefícios aos participantes – que cresceu R$ 44,8 milhões acima do esperado. De forma mais acentuada, o contencioso provisionado no plano aumentou R$ 140,4 milhões, quatro vezes o resultado positivo aferido no período. O maior fator de desequilíbrio, porém, foi a parcela do deficit de 2015 que não foi equacionada e, ao ser atualizada, acumulou mais R$ 471,5 milhões, perda contábil equivalente a 13 vezes a valorização obtida acima da meta.
 
“A Funcef comemora, mas não mostra aos participantes a realidade dos fatos. Os números indicam como os ganhos além da meta são consumidos pelo deficit não equacionado e pelo contencioso que a Fundação não cobra da Caixa”, alerta a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.
 
O REG/Replan Não Saldado foi impactado negativamente pela evolução do deficit não equacionado em R$ 85,4 milhões e em R$ 30,7 milhões pelo contencioso. As perdas citadas, no entanto, são cinco vezes maiores que os ganhos acima da meta, que ficaram em R$ 19,9 milhões.
 
No REB, chama atenção a evolução do contencioso, que cresceu R$ 7,7 milhões acima da meta atuarial até julho, um aumento de 24,65%. A atualização do deficit acumulado contribuiu negativamente em R$ 806 mil, enquanto a rentabilidade impactou positivamente o plano em R$ 6,9 milhões.
 
No Novo Plano, os investimentos tiveram valorização de R$ 15,7 milhões acima da meta, enquanto o passivo previdencial cresceu R$ 2,7 milhões e o deficit acumulado – que não é passível de equacionamento – provocou impacto negativo de R$ 5,5 milhões. O Novo Plano é o único plano de benefícios em que os ganhos acima da meta até julho de 2017 superaram as perdas registradas no período.

Fonte: Fenae.

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