A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) entregou nesta quinta-feira (28), os principais resultados da pesquisa sobre a saúde dos empregados da Caixa À Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). A entrega aconteceu no Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho.

“Recebemos muitas denúncias com relação à saúde dos empregados Caixa. Os assédios frequentes, jornadas extensas e metas desumanas são algumas das situações que os colegas enfrentam nas unidades. A pesquisa foi fundamental para certificarmos essa situação. E ao entregar os dados para a CEE/Caixa, podemos subsidiar esse debate e as ações para melhorar as condições de trabalho dos empregados”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. 

A pesquisa fez ainda um recorte sobre a Covid-19 entre os empregados. Na avaliação da diretora de Saúde e Previdência, Fabiana Matheus, os dados sobre as emissões de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) da pandemia são preocupantes. 88% dos empregados que tiveram Covid-19 não emitiram o documento.

“Acredito que é necessário incluir todos nesse debate da CAT. Muitas pessoas estão em depressão, com ansiedade e estão assumindo sozinhas o ônus desse tratamento. Quando é claro e obvio, pelas condições de trabalho nas agências, que é problema da empresa. Precisamos começar uma campanha para enfrentarmos essa discussão da emissão da CAT”, afirmou a diretora.

Coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, endossou a preocupação com dados de Covid-19 e a subnotificação da CAT. “É extremamente preocupante essa situação que os colegas vivem na Caixa. Sabíamos das altas taxas de contaminação por Covid-19 e temos alertado sobre a importância da CAT, mas com a pesquisa podemos ver em números o que observamos nas agências”, destacou.  

A pesquisa será compartilhada com os membros da CEE/Caixa. A Comissão espera ainda apresentar os dados para a direção da Caixa em uma próxima reunião.

Saúde em foco

A pesquisa ouviu 3.034 empregados Caixa, revelou dados preocupantes sobre a saúde dos trabalhadores – 1.704 (56%) empregados da ativa e 1.330 (44%), aposentados.  O levantamento, 42% dos empregados tiveram problemas de saúde relacionados ao trabalho na Caixa. 75% dos casos estão associados à saúde mental, 33% estão afastados por depressão, 26% por ansiedade, 13% pela    síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.

Se comparado os dados da pesquisa Fenae de 2018, embora a metodologia seja distinta, pouco mais de 30% dos empregados que responderam à pesquisa relataram problemas de saúde relacionados ao trabalho. Em 2021, o número ultrapassou 40%.

 

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