Defender a Caixa é defender o desenvolvimento do Brasil. O debate da superlive de 49 anos da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que aconteceu na sexta-feira (29/05), mostrou a importância das empresas públicas, sobretudo nesse período de pandemia do coronavírus e crise econômica.

O debate reuniu o presidente da Federação, Sérgio Takemoto, e presidenta da Contraf/CUT, Juvandia Moreira, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e o deputado federal, Enio Verri (PT/PR), autor do projeto de lei (2715/2020) que suspende a privatização das empresas públicas durante a pandemia.

A Caixa, maior agente das políticas públicas governamentais, tem sido essencial para os brasileiros também durante a crise da Covid-19. O banco provou a sua importância ao fazer o pagamento para mais de 56 milhões de brasileiros, mas o governo federal ainda mantém os planos de privatização. “A Caixa é fundamental para reverter essa situação de crise e ajudar a melhorar as condições de vida”, avaliou Takemoto.

Na luta em defesa da Caixa 100% pública, o presidente da Fenae destacou a importância do Projeto de Lei 2715/2020, que suspende as privatizações. Para ele, o governo vem tentando manchar a imagem da Caixa e assim forçar na opinião pública o pensamento de que o banco não funciona. “A Caixa e os serviços públicos foram reconhecidos pela população como essenciais. Apesar do excelente trabalho dos empregados, as aglomerações e filas nas agências pode desgastar a imagem da empresa e isso facilita colocar a narrativa de que é preciso privatizar, de que não serve. Ou é incompetência ou governo e a direção da Caixa estavam mal intencionados”, afirmou Takemoto.

Autor do PL, o deputado Enio Verri, concordou com o presidente da Fenae. “Para mim é má-fé. Passar que os empregados da Caixa são incompetentes e justiçar a privatização. Por isso temos que denunciar”, opinou. Segundo o deputado, não existe desenvolvimento sem o Estado. “Não há alternativa para um país se desenvolver ou sobreviver numa crise como essa sem o Estado ampliado, sem o Estado que garanta a qualidade da vida das pessoas. Nesse sentido, a Caixa é um exemplo e é insubstituível”, ressaltou Verri.

A Fenae condenou a retomada do discurso privatista do governo federal no meio da pandemia. Em meados de maio, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, reafirmou os planos de vender partes lucrativas do banco, admitindo a possibilidade, dependendo do cenário econômico, de vender a área de cartões antes da seguridade. Contra as privatizações a campanha #ACAIXAÉTODASUA chega em uma segunda fase. Promovida pela Fenae e o Comitê Nacional em Defesa da Caixa, que reúne entidades representativas dos trabalhadores do banco, Contraf/CUT e centrais sindicais, a campanha chama atenção para o trabalho essencial que os empregados da Caixa estão realizando em plena pandemia do coronavírus.

O deputado avaliou ainda que a venda da Caixa iria contra o interesse da população e resultaria em fortes perdas ao país. “Eu defendo a Caixa pública porque eu defendo o Estado dirigindo aquilo que é de interesse da população. Temos que lutar para manter isso nas mãos da população brasileira. Vender a Caixa em um momento de crise, você vai vender por quanto? Vamos entregar a que preço. Nos dá uma desconfiança que o governo tende a saber até quem vai comprar”, afirmou o deputado.

Ex-empregado Caixa e ex-presidente da Apcef/PI, o governador Wellington Dias ressaltou o papel fundamental da Caixa em seu estado. Por meio do banco público foi possível o financiamento de água e esgoto, habitação e tantas outras políticas sociais. “Vender a Caixa neste momento é um ato lesa-pátria. Quero, como governador, trabalhar junto ao fórum dos governadores, alertando sobre isso. Todos nós sabemos a importância que tem a Caixa”, defendeu.

Dias ressaltou que é graças aos instrumentos como a Caixa e demais estatais que o Brasil conseguirá superar a crise. “Eu sei, agora governador, a importante de instrumento de desenvolvimento como a Caixa. Por isso, defender a Caixa não é defender apenas um banco. É defender um instrumento do povo para o desenvolvimento. Basta a gente ver o que os bancários estão fazendo para viabilizar os programas de apoio aos que mais precisam”, ressaltou o governador.

Na avaliação da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia, o governo federal falhou ao não usar as estatais para amparar a população no cenário de crise, como fez o ex-presidente Luís Inácio lula da Silva, durante a crise de 2008. “Felizmente nós ainda temos os instrumentos públicos como a Caixa, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. Mas temos um governo que não usa esses instrumentos como deveria. As micro e pequenas empresas não estão conseguindo acessar o crédito”, avaliou Juvandia.

A presidenta lembrou ainda da desorganização do governo federal e da direção da Caixa ao não descentralizar o pagamento do auxílio emergencial. “Isso tinha que ter sido descentralizado com parcerias comas prefeituras como fez o presidente Lula com outros entes públicos participando e atuando”, defendeu.

Parabéns Fenae

A live também foi um momento de comemorar os 49 anos da Fenae. O presidente Takemoto agradeceu a todos que construíram a história da Federação e ressaltou que irá continuar a lutar pela Caixa 100% pública. “A Fenae carrega no seu DNA a luta por melhores condições de trabalho. Isso temos que continuar mantendo. Melhores condições de trabalho e desenvolvimento para a população. Esse é o papel fundamental que a Caixa tem”, afirmou.

A Contraf-CUT tem sido parceira de longa data da Fenae na luta pelo direito dos trabalhadores. “Parabenizo toda a luta que a Fenae tem feito e a parceria que a Fenae faz nas lutas que a gente faz com a categoria. A Fenae é importante para a luta sindical e dos trabalhadores”, afirmou.

Além dos parceiros de luta, o Congresso é essencial na defesa da Caixa. O deputado Enio Verri reforçou o papel destaque da Fenae na defesa. “A Fenae tem essa contribuição que não apenas na causa dos empregados da Caixa, mas está presente na luta da classe trabalhadora”.

O governador Wellington Dias relembrou seu trabalho como empregado Caixa e no movimento associativo. “Tive o privilégio de participar dessa construção da Fenae. Fui presidente do CDN e foi nesse período que criamos a Fenae corretora, FenaeTur, sempre na defesa da Caixa”, lembrou o governador.

Quer assistir o debate completo? Acesse aqui o Facebook da Fenae.

Compartilhe: