Muita coisa aconteceu desde aquele 1º de agosto de 1977, quando a Funcef foi criada. Ela chega aos 40 anos como o 3º maior fundo de pensão do país, com 136 mil participantes e R$ 58 bilhões em ativos investidos, um patrimônio que cresceu 600% ao longo das duas últimas décadas, mesmo diante de difíceis conjunturas econômicas e dos desafios impostos pelos governos e pela própria Caixa, sua patrocinadora.
 
São muitas conquistas que moldaram a Funcef. Após o período de reajuste zero para os aposentados durante os anos 90, conquistamos o Fundo de Revisão de Benefícios (FRB), mecanismo que permitiu aumento acima da inflação para milhares de pessoas. Após quase 30 anos de negociações, conseguimos que a Caixa pagasse a dívida do chamado serviço passado, recursos que permitiram ajustes nos planos de benefícios, tais como a adequação aos institutos de Portabilidade, Benefício Proporcional Diferido, Autopatrocínio e Resgate; retirada do limite de 55 anos de idade para a concessão de benefício programado de renda vitalícia; alteração da tábua de mortalidade para adequar as reservas ao novo perfil etário dos participantes. Como sempre, os avanços vieram a partir de uma postura consciente dos movimentos associativos e sindicais e da mobilização dos trabalhadores.

As tempestades vêm e vão. Da mesma forma que lutamos para defender a Funcef e os participantes nos anos 90, lutamos agora contra a falta de rumo da atual gestão, a falta de transparência e os deficits seguidos, contra as tentativas de infringir os regulamentos dos planos e subjugar a paridade nos planos de equacionamento. Soma-se a isso a crise de imagem vivida atualmente pelos fundos de pensão, que abala a credibilidade do setor e deixa os participantes apreensivos.

Todos os dias as pessoas se perguntam se estão seguras ao confiar seu futuro à Funcef. Os números, por si, já mostram que a resposta é sim. A Funcef é sólida. Mas existe um grupo que ainda pensa em deixar o fundo de pensão em busca de uma previdência privada no mercado. É importante que essas pessoas se informem. Mesmo com deficit, a rentabilidade da Fundação e dos fundos de pensão em geral ainda é muito superior à dos planos abertos. Apesar do que o governo e a Caixa desejam sedimentar, a Funcef ainda é o melhor caminho para o trabalhador buscar um futuro mais tranquilo.

Entre erros e acertos, a Funcef tem muitos desafios pela frente. Um dos principais é a transparência. Chegamos a agosto e o balanço anual de 2016 ainda não foi publicado. Além da sensação de insegurança, são inúmeros os transtornos gerados pela indefinição dos resultados dos planos. Outro, é o contencioso, que é o maior fator de deficit da Fundação e resulta do passivo trabalhista que a Caixa não paga e terceiriza para o conjunto dos participantes. A Funcef não cobra da Caixa e nós é que estamos pagando isso indevidamente.

Defender a Funcef é compreender as múltiplas realidades de seus participantes e lutar para que todos sejam representados e protegidos. É ajudar milhares de pessoas a entender a importância da previdência complementar. É estar permanentemente vigilante para não permitir que medidas discretas e aparentemente simples nos retirem direitos conquistados com suor. É até mesmo conscientizar os próprios participantes para que não desperdicem o direito de escolher por meio do voto membros da diretoria e dos conselhos da Fundação. Na correria do dia a dia, lemos as notícias sobre os investimentos, mas não sabemos o quanto nem como cada um deles repercute em nosso fundo de pensão.

A hora é de união e informação. Não podemos nos esquecer que a Funcef somos nós e esse patrimônio é nosso.

Fonte: Fenae.

 
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