A luta da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) para que os trabalhadores do banco público sejam incluídos no grupo prioritário do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 registra apoio do primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), recém-eleito para o cargo. É que nesta semana, conforme informação divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar defendeu a medida, tida como necessária para preservar a vida não só dos bancários e seus familiares, mas também de milhões de pessoas que entram em contato com estes trabalhadores em atendimentos presenciais, sobretudo os que vierem a atuar novamente na linha de frente do pagamento do auxílio emergencial, caso o benefício seja retomado pelo governo federal.

De acordo com Marcelo Ramos, os bancários que trabalham na ponta, notadamente os da Caixa, executam suas essenciais atribuições mediante amplo contato com grande número de pessoas, fato este que, além de expô-los em demasia ao contágio, o tornam potenciais propagadores involuntários do vírus. O parlamentar argumentou que estes trabalhadores estão, literalmente, na linha de frente, numa atividade de alto risco, já que se trata de profissionais que atendem o público em local fechado, geralmente sem ventilação externa, e que se expõem à possibilidade real de contaminação pelo novo coronavírus. 

Para reforçar essa tese, o novo primeiro vice-presidente da Câmara solicitou às entidades representativas da categoria bancária um levantamento a respeito do número de possíveis beneficiados pela medida. 

Fenae reivindica prioridade na vacinação – Em 13 de janeiro, diante do aumento no número de casos da Covid-19 e de um possível retorno do pagamento do auxílio emergencial, a Fenae encaminhou ao Ministério da Saúde ofício cobrando prioridade aos empregados da Caixa no calendário de vacinação. Até o momento, porém, não houve qualquer resposta a essa reivindicação, considerada uma medida de proteção da categoria bancária. Também será cobrada, via ofício, um posicionamento da direção da Caixa sobre o assunto, pois nenhuma medida foi adotada pelo banco para proteger os empregados face ao aumento dos casos nos estados, o que coloca em risco a saúde e a vida dos trabalhadores, assim como da população.

A Fenae também defende que a vacina chegue a toda a população brasileira com a urgência que o agravamento da pandemia requer, dado que o Brasil já superou a marca de 230 mil mortes causadas pelo coronavírus e se aproxima dos 10 milhões de contágios. “É neste contexto de agravamento da doença que cobramos do atual governo a inclusão dos empregados da Caixa no grupo prioritário da vacina, como medida de proteção aos bancários e à população que procura as agências”, explicou Sergio Takemoto, presidente da Fenae.

Em 2020, segundo ele, coube aos empregados do banco público fazerem, sozinhos, o pagamento do auxílio emergencial que garantiu a sobrevivência de metade da população brasileira durante o primeiro surto da pandemia. “Como esses trabalhadores arriscaram suas vidas e a de seus familiares, sem qualquer assistência do governo ou mesmo da direção do banco, é urgente que os bancários da Caixa, o único banco 100% público do país, sejam vacinados”, completou.

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