O Comando Nacional dos Bancários cobrou nesta segunda-feira (30) e os bancos se comprometeram a manter o isolamento que já colocou mais de 230 mil bancários para trabalharem em casa, em sistema de home office. O compromisso foi assumido durante videoconferência entre o Comado dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Há muita apreensão entre os bancários por conta das declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que editaria um decreto obrigando o retorno ao trabalho e também porque os bancários sabem que se inicia nesta semana um momento crítico do mês, quando aumenta a demanda pelo atendimento nas agências devido ao pagamento do benefício da Previdência, e que muitos aposentados precisam do atendimento presencial para retirarem seus cartões, uma vez que será o primeiro pagamento que irão receber.

Medidas já implementadas – O Comando Nacional dos Bancários cobrou respostas sobre as demais reivindicações de enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus, que vem sendo apresentadas pelo movimento sindical aos bancos desde 12 de março.

A Febraban informou que cerca de 2.200 agências foram fechadas em todo o Brasil, como medida para evitar a propagação do vírus. Também foram fechados postos de atendimento bancários em aeroportos e hospitais e que voltará a negociar o fechamento daqueles que ainda não foram fechados por solicitação de outras categorias.

O Banco Central reduziu o horário de atendimento ao público pelos bancos para reduzir o tempo de exposição ao vírus e evitar os horários de maior movimento nos meios de transporte. Também está sendo realizada uma campanha na mídia para orientar os clientes sobre o uso dos meios digitais e caixas eletrônicos, assim como sobre os riscos da contaminação pelo coronavírus.

Mas ainda há pontos a serem definidos. Algumas agências relatam falta de álcool em gel e gestores que não querem afastar bancários com sintomas do coronavírus. Também há bancários que continuam trabalhando no autoatendimento. E isso os coloca diretamente em risco.

Suspensão das demissões, das metas e manutenção dos direitos – Na semana passada, dois dos três maiores bancos privados do país comunicaram que não demitirão funcionários enquanto durar a pandemia.

Outra reivindicação da categoria foi a suspensão da cobrança pelo cumprimento metas. Os bancos disseram que priorizaram o debate sobre questões que envolvem a saúde dos trabalhadores e clientes e o assunto não foi discutido ainda. Mas, que foi orientado para que os bancos ajam com razoabilidade.

Alertada que até poucos dias tinha banco cobrando até prospecção de clientes, a Fenaban disse que voltará a pedir razoabilidade aos bancos e que isso não vai mais acontecer.

Foi cobrado ainda que os bancos não cumpram as medidas previstas nas Medidas Provisórias 927 e 928/2020, do Governo Federal, que autorizam as empresas a negociarem diretamente com os trabalhadores, sem a intermediação dos sindicatos.

Caixa – Na Caixa, a maioria das áreas-meio está com quase 100% dos empregados em teletrabalho. Nas agências, o percentual é de 70% em home office e 30% atendendo presencialmente apenas casos específicos.

:: Confira situação das unidades da Caixa.

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